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segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Policiais militares acusados de espancar carroceiro estão afastados

Os cinco policiais militares que teriam participado da operação que terminou na morte do carroceiro Elinaldo Pereira da Silva, 22 anos, estão afastados das ruas durante as investigações do crime. Os PMs, que prestaram depoimento na tarde do último sábado na sede do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), da Polícia Civil, ficarão realizando apenas trabalhos administrativos internos no 18º Batalhão.

A informação foi confirmada ontem pelo comandante do 18º Batalhão, coronel Arlis Gadelha, através da assessoria de comunicação da PM. Além do inquérito do DHPP, um processo administrativo da Polícia Militar investiga o caso. Um primo da vítima, um adolescente de 17 anos que presenciou o espancamento, também prestou depoimento.

O crime aconteceu na madrugada do último sábado, em Pontezinha, no Cabo de Santo Agostinho, no Grande Recife. Testemunhas contam que PMs agrediram o carroceiro até ele cair no chão. Elinaldo morreu pouco depois de receber atendimento médico. O enterro do jovem aconteceu na manhã de ontem, naquela cidade.

Segundo a assessoria de comunicação da Polícia Militar, os PMs compareceram voluntariamente à sede do DHPP. Além dos cinco policiais e do adolescente que presenciou o crime, um irmão de Elinaldo prestou depoimento, mas no posto policial de Pontezinha. Ele anotou a placa da viatura que participou da operação, o que possibilitou a identificação dos policiais.

“Fui lá perguntar porque mataram meu irmão. Eles ficaram nervosos quando souberam que Elinaldo havia morrido”, destacou o irmão da vítima, que preferiu não ser identificado.

O espancamento teria ocorrido em uma praça onde ficam vários bares. Segundo testemunhas, os policiais chegaram ao local atirando e batendo nos jovens. De acordo com o primo de Elinaldo, os PMs levaram os dois para uma área escura e os espancaram, perguntando por armas e drogas.

O adolescente ressaltou que os policiais fizeram várias referências ao Batalhão de Operações Especiais (Bope) do Rio de Janeiro, unidade policial que ficou conhecida nacionalmente pela série de filmes Tropa de Elite. “Eles diziam: ‘a gente é do Bope, não alivia não’”, disse o rapaz à reportagem do Jornal do Commercio, na manhã do sábado.

O carroceiro deu entrada no Hospital Dom Hélder Câmara, no Cabo, à 1h54 e morreu logo depois, às 2h55. Segundo a assessoria de comunicação da unidade de saúde, a vítima chegou com um quadro de “choque hipovolêmico a trauma abdominal fechado”, ou seja, hemorragia interna.

Do Jornal do Commercio

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