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domingo, 26 de março de 2017

"O CENTRAL DE DUDINHA NOS ANOS 60": (2)

O Central de Dudinha, nos anos 60 - o mais famoso e Lendário Arqueiro da Patativa do Agreste
Um pouco da história do Central Sport Club de Caruaru.
O clube recebeu esse nome em homenagem à Estrada de Ferro Central, que passava por Caruaru e unia o litoral ao sertão.
Fundado em 15 de junho de 1919, na Sociedade Musical Comercial Caruaruense, tendo como representante o Sr. Francisco Porto de Oliveira. O título do clube foi sugerido pelo Sr. Severino Bezerra.
Em 04.02.1968 o Central em feito histórico vence a Seleção Argentina de Novos. Nos anos 1970 e 80 o Central passou a disputar o Campeonato Brasileiro, levando grandes equipes ao Estádio Pedro Victor de Albuquerque, atual Lacerdão.
Em 1980, aconteceu a grande reforma no estádio . O jogo inaugural foi marcado no dia 19 de outubro do mesmo ano, o Central venceu a Seleção Nigeriana de Futebol por 3x1. Gil Mineiro, jogador do Central Sport Club marcou o 1º gol após a reconstrução.
Também é na década de 1980, em especial os anos de 1983 e 1986, que o Central passa a ser concorrente efetivo do campeonato pernambucando, disputando ponto a ponto, turnos e returnos do certame com Sport, Santa e Náutico.
No ano de 1986 ocorre a maior glória do Central Sport Club, que em uma disputa emocionante com o Americano de Campos do (RJ) sagra-se campeão da Série B do Campeonato Brasileiro, conseguindo acesso imediato à fase final do certame, a série "A" ao lado de Flamengo, Grêmio, Fluminense, dentre outros. Torna-se portanto, o primeiro clube de Pernambuco a conquistar um Campeonato Brasileiro. Neste mesmo ano, no dia 22 de outubro de 1986 ocorreu o maior recorde de público da história do interior de Pernambuco, 24.450 pessoas foram assistir a vitória do Central por 2x1 contra o Flamengo na fase final da competição.
Ano de 1961, o Central forma uma grande equipe e retorna ao Campeonaato Pernambucano de Futebol Profissional. Com os resultados obtidos logo no início o Central chamou a atenção e começou a provocar o medo nos seus adversários, principalmente quando a partida seria disputada no estádio Pedro Victor de Albuquerque, cognominado na época como o "Alçapão da Patativa".
O Central tinha grandes atletas que logo se destacaram no cenário esportivo de Pernambuco e do Nordeste. Prova disso, é que uma grande equipe começa por um grande goleiro e o Central tinha sim. Começava pelo seu goleiro Dudinha, em que pese a sua baixa estatura impunha respeito aos atacantes adversários pela sua destreza, precisão, firmeza e elasticidade no gol alvinegro. Os laterais eram Adolfo e Dacunha, enquanto os zagueiros eram Zé Carlos e  Juscélio com sua classe e elegância no trato da bola. No meio campo tinha o volante Pissica um verdadeiro carrapato, na destruição de jogadas dos adversários. E um ataque com Nido,  Vadinho, Pinheiro, ou Guimarães, Esquerdinha e o grande Fernando Lima. 
O Central foi logo desbancando o América, o atual Campeão do Centenário e assumiu o posto de quarta força do Certame Estadual. O Alvinegro de Caruaru era temido aqui no seu reduto. As grandes equipes como: Náutico, Sport e Santa Cruz  sabiam que não seria nada fácil conquistar uma vitòria em Caruaru.  E o Central   tornou-se o "fiel da balança" do Campeonato Pernambucano.
O grande craque do Central na época era o meia esquerda Vadinho. Um craque na acepção da palavra. Batia bem na bola com as duas pernas. excelente cabeceador, driblava com facilidade. Exímio cobrador de faltas, ali nas proximidades da área, era "quase gol", além de ser possuidor de um potente chute.  Um craque completo. Basta se dizer que ele foi para o Santos Futebol Clube  e substituiu o Rei Pelé, em algumas partidas. Vadinho, era filho do empresário Lourival José da Silva - Louro, proprietário da Auto Viação Princesa do Agreste, aqui de Caruaru. Mas além dele, o Central tinha também os zagueiros Zé Carlos e Juscélio que  eram respeitados pela segurança e o bom futebol que praticavam. Os laterais Adolfo e Da Cunha ou Zé de Rita , como era chamado no início. Prinipalmente Adolfo chamava a atenção pelo seu vigor físico.  Era "madeira de dar em doido" tentar  driblar o lateral direito. Também o volante Pissica, um verdadeiro, cão de guarda na defesa Alvinegra. E lá na frente ainda tinha a velocidade do Nido, os dribles desconcertantes de Pinheiro. O arisco e perigoso Guimarães e ainda a categoria de Fernando Lima. Além do craque do time: Vadinho. O Central foi marcante. Num breve espaço de tempo,  seus atletas começaram a despertar o interesse e a cobiça de grandes equipes. O Sport levou o goleiro Dudinha, o meia esquerda Vadinho e o ponteiro esquerdo Fernando Lima. O goleiro Dudinha despertou o interesse do Palmeiras. O Santos de Pelé  levou Vadinho, que posteriormente atuou no São Paulo.
Mas agora, eu queria falar de outro grande craque do Alvinegro Patativa, o grande goleiro Dudinha. Ele e Waldemar do Náutico eram tidos como os dois melhores Arqueiros do Futebol Pernambucano e por diversas vezes chegaram a ser convocados e defenderam com brilho, a  Seleção Pernambucana de Futebol -  a famosa Seleção Cacareco.
Dudinha iniciou na base do Central, onde foi revelado. assumiu a titularidade no gol Alvinegro em função da segurança, do arrojo e da elasticidade provocando grandes defesas, fechando o gol e salvando o Alvinegro em grandes oportunidades.
Além do Central de Caruaru, Dudinha, também defendeu o Galícia de Salvador, o Sampaio Correia de São Luís no Maranhão,  o Sport Recife e a Sociedade Esportiva Palmeiras. No Parque Antárctica, ele atuou em meio aos grandes craques da época, como Dudu e Ademir da Guia, entre outros, que formavam a famosa Academia do Futebol.
Dudinha, era pernambucano da cidade de Timbaúba. Nasceu em 29.11.1939 seu nome completo Severino Santos de Araujo - apelido Dudinha. Morrreu aos 74 anos de idade, vítima de uma cirurgia coronariana, em decorrência de complicações, após haver sido submetido ao procedimento de Cateterismo, no Hospital Barão de Lucena, em 05.03.2014, na Capital Pernambucana.
Dudinha, viveu maritalmente  com quatro mulheres. A penúltima foi Dulce - tia da última esposa Adeilda, Foi pai de quatro filhos: Ana Paula, Allan Cardel e ainda Allan Kardec que faleceu, vítima de um AVC aos 21 anos de idade.
Após deixar o futebol, Dudinha arranjou um emprego de Motorista na Prefeitura Municipal de Caruaru. Cargo que exerceu até a sua morte. Só que a essa altura faleceu como Funcionário Público Aposentado pela Prefeitura Municipal da Capital do Agreste.
Profissionalmente, exerceu a atividade de Goleiro no Central de Caruaru; no Galícia de Salvador, na Bahia; no Sampaio Correia de São Luís do Maranhão; no Sport Recife em Pernambuco e na Sociedade Esportiva Palmeiras, no Parque Antárctica em São Paulo, Capital.