Situação atual de barragens na zona rural de Ouricuri (em cima) e de Petrolina. Só resta lama. Imagens TV Globo
Falta pasto para os animais e os caminhões-pipa têm sido a única forma de abastecimento para muitos agricultores por causa da seca que afeta a Zona da Mata, Agreste e Sertão de Pernambuco. Oitenta por cento das barragens sertanejas secaram completamente.
Falta pasto para os animais e os caminhões-pipa têm sido a única forma de abastecimento para muitos agricultores por causa da seca que afeta a Zona da Mata, Agreste e Sertão de Pernambuco. Oitenta por cento das barragens sertanejas secaram completamente.
Em Petrolina,
existem localidades onde não chove há meses. A zona rural está
castigada. Na comunidade de Pereiro, o chão rachou e a vegetação está
completamente seca. Os moradores caminham longas distâncias para pegar
água. A agricultora Veronice Justina dos Santos tem esperança que tudo
melhore. “A gente tem que sobreviver mesmo, porque a vida tem que
continuar, mas é difícil. Agora, só lá mesmo para o final do ano que vai
vir essa chuva de Deus”, disse.
As cisternas são abastecidas por carros-pipa, e os animais estão sem
pasto. Só resta um pouco de lama na única barragem da região, que
abastece cerca de 200 famílias. Por esse motivo, as pessoas buscam
maneiras para diminuir o prejuízo causado pela estiagem. Todos os dias o
agricultor Paulo Aparecido dos Santos vai buscar água no poço, que é
salobra. “É o jeito não é? Não tem outra”, lamentou.
A Agência Pernambucana de Águas e Clima (Apac) divulgou um relatório
alarmante. Em todo o estado, 80 barragens estão com o nível abaixo do
considerado normal para esta época do ano. A situação no Sertão é ainda
mais preocupante: 80% dos reservatórios secaram completamente. Um
problema que atinge muitas famílias que vivem na área de sequeiro, ou
seja, que está na área de influência de um manancial de água.
Na zona rural de Ouricuri,
a situação também é de colapso, com barragens secas. Os agricultores
enfrentam a estiagem prolongada e se preparam para o período chuvoso,
que só deve começar no ano que vem. Eles apostam na construção da
cisterna calçadão, que garante um melhor aproveitamento da água da
chuva. Mas a água armazenada neste tipo de cisterna só deve ser usada
para dar de beber aos animais e molhar as plantações.
De acordo com a Articulação no Semi-Árido (Asa), que coordena a
construção das cisternas em parceria com o governo federal, para que o
agricultor seja contemplado com este tipo de reservatório, ele já deve
ter na propriedade como armazenar água potável. Na cisterna calçadão, a
água é captada em uma estrutura inclinada de cimento, tipo uma rampa.
Com os batentes, a água na chuva não se espalha e escoa direto para o
reservatório.
O tamanho pode variar. Uma cisterna de 10 metros de largura por 20 de
comprimento tem capacidade para armazenar 52 mil litros de água. “A Asa
vem estudando há quase oito anos a cisterna calçadão. Já é uma
tecnologia desenvolvida junto com as famílias agricultoras, na qual os
dados comprovam que segura a água no período da estiagem. O retorno é
positivo”, explicou o engenheiro da Asa, Márcio Moura.
Do G1 PE
Nenhum comentário:
Postar um comentário