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segunda-feira, 16 de março de 2015

Senador diz que não há justificativa para estar entre investigados.

Fernando Bezerra Coelho disse estar 'perplexo' com pedido de investigação.


Ele está entre os 50 nomes que tiveram inquéritos abertos no Supremo.


O senador e ex-ministro da Integração Nacional Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE) disse em plenário do Senado nesta segunda-feira (16) que não há justificativa nem argumento "minimamente plausível" para a abertura de inquérito que irá apurar suposto envolvimento dele no esquema de corrupção na Petrobras investigado pela Operação Lava Jato.
Com Bezerra Coelho, aumentou para 50 o número de pessoas alvos de inquéritos relacionados à Lava Jato no âmbito do STF. Desses, 48 são políticos, entre senadores, deputados e ex-parlamentares. Dois governadores e um ex-governador serão investigados no Superior Tribunal de Justiça (STJ).
O pedido de investigação do senador Fernando Bezerra Coelho baseia-se na delação do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa. Em depoimento dado em agosto do ano passado, Costa relatou que, em 2010, Bezerra Coelho pediu R$ 20 milhões para a campanha à reeleição do então governador de Pernambuco Eduardo Campos (PSB), morto em 2014 . Na época, Bezerra Coelho era secretário de Desenvolvimento da administração de Campos.

Segundo Paulo Roberto Costa, o pedido foi feito por Bezerra Coelho ao doleiro Alberto Youssef, que, de acordo com as investigações, era responsável por lavar dinheiro desviado de contratos da Petrobras.

"Devo confessar que os fatos acontecidos nos últimos dias me deixaram absolutamente perplexo. Sem nenhuma justificativa ou argumento minimamente plausível, tive meu nome incluído entre os agentes públicos que estão sendo investigados na Operação Lava Jato.", afirmou o senador.

Bezerra Coelho também questionou a inclusão do seu nome na lista de políticos que serão investigados pela Lava Jato dias depois do pedido de abertura de inquérito contra 49 pessoas. Ao comentar o fato, o senador questionou se ainda faltam outros nomes para serem investigados e se a inclusão de seu nome foi motivada por "pressões externas".

"O que espanta nesse caso é que o Ministério Público Federal teve nada menos do que quatro meses para analisar depoimentos, recomendar diligências, reunir material e fazer o trabalho que considerasse o mais correto. Passado esse período, foi criada uma enorme expectativa com relação à lista da Procuradoria Geral da República, entregue ao Supremo Tribunal Federal no dia 4 de março. Uma semana mais tarde, no dia 12, fico sabendo pela imprensa que o Ministério Público Federal resolveu adicionar meu nome à relação, sem que nenhum fato novo tivesse ocorrido.", disse.

O senador Fernando Bezerra Coelho durante discurso no plenário do Senado (Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado) 
O senador Fernando Bezerra Coelho durante
discurso no plenário do Senado
(Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado).
"Uma atualização tardia e desconectada de sentido. Afinal, ainda faltam outros nomes? Alguém que deveria estar entre os investigados ficou de fora? Houve falha nos procedimentos iniciais? Ou foram pressões externas à estrita investigação dos resultados?", questionou o senador.

Eduardo Campos

Durante o seu discurso no plenário do Senado, o senador Fernando Bezerra Coelho também criticou o que chamou de "ataques sem fundamento" contra o ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos, morto em acidente aéreo durante a campanha à Presidência da República no ano passado. O senador disse que tem a "missão" de defender o legado de Campos.

"A minha missão é redobrada pois assumo aqui o compromisso de defender também a memória e o legado do nosso ex-governador Eduardo Campos, outra vítima de ataques sem nenhum fundamento. Eduardo não está mais aqui para erguer a sua voz. Portanto, cabe-nos a tarefa de fazê-lo com a mesma altivez", concluiu o senador do PSB.

Do G1, em Brasília.

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