CONVERSANDO COM CARUARU

LEIAM OS NOSSOS BLOGS

terça-feira, 11 de março de 2014

O CENTRAL DE DUDINHA NOS ANOS 60




Dudinha já se foi

Tomei conhecimento da morte de Dudinha, goleiro que foi revelado pelo Central e que passou rapidamente pelo Palmeiras, Sport e outros times, e baixou ao túmulo na semana passada. Ele formou na primeira equipe do Central no Campeonato Pernambucano após a volta do Alvinegro, em 1961. A título de recordação, aqui está a formação com que a Patativa perdeu para o Sport, que seria o campeão do ano, em 25 de junho, por 3 x 1: Dudinha; Berto e Adolfo; Pissica, Pereira e Espanhol; João Carlos, Zezinho, Waldemir, Pedrinho e Diniz. O técnico era Gilberto Carvalho, e o gol do Central foi marcado por Pedrinho. Osvaldo, Alemão e Traçaia fizeram os três do Sport. O árbitro foi Sebastião Rufino, e a equipe recifense alinhou: Manga (o ex-santista); Alemão e Sinval; Laxixa, Tomires e Nenzinho; Traçaia, Djalma, Osvaldo, Bentancor e Elcy.

Lembro-me que o desportista Gercino Tabosa, gerente do Banco do Povo, componente da diretoria do Central, tentou fazer com que a imprensa esportiva deixasse de tratar o goleiro como Dudinha, sugerindo que fosse usado seu sobrenome Santos Araújo (Severino era seu prenome).

O cartola alegava que sendo Dudinha um diminutivo não o tornaria um jogador respeitado. Citava como exemplo, o goleiro Costa Pereira, do Benfica e da Seleção Portuguesa. Nunca foi atendido e o apelido não impediu que Dudinha se tornasse famoso em Pernambuco e noutros Estados por onde passou, como o Maranhão.

As atuações de Dudinha chamaram a atenção do Palmeiras, que quase o contratou. A respeito de sua passagem pelo clube paulista e da volta a Pernambuco, trago aqui um capítulo no meu livro “No pé da conversa”, intitulado “O consolo do torcedor”, cujo conteúdo é este:

O ex-deputado federal e ex-ministro da Justiça Fernando Lyra, hoje presidente da Federação Joaquim Nabuco, era o diretor de futebol do Central em 1964, quando o clube caruaruense contratou o goleiro Zé Magro, do ASA, de Arapiraca, que havia fechado o gol num amistoso de seu time com a equipe da Capital do Agreste. Na época, o goleiro alvinegro Dudinha era pretendido pelo Palmeiras, e a chegada de Zé Magro significou a chance para se fazer negócio com o titular, botando algum dinheiro no clube.

Um belo dia, o diretor de futebol comprou passagens para ele e Dudinha, voando os dois para São Paulo. O destino era o Parque Antártica, ou seja, a Sociedade Esportiva Palmeiras, que vivia o tempo da famosa Academia, onde jogavam cracões, como Valdemar Carabina, Dudu, Ademir da Guia e outros mais.

Dudinha ficou no meio daqueles cobrões, em fase de experiência. Treinava e participava de amistosos, com Fernando Lyra acompanhando tudo e torcendo para que os “italianos” definissem logo a situação.

Naquela época, a comunicação era precária, tornando raras as notícias de cá. Como conhecia o jornalista Solange Bibas, d’A Gazeta Esportiva, Fernando sempre lhe pedia informações dos resultados dos jogos. Num domingo à noite, foi informado por Bibas de que o Central, com Zé Magro na barra, havia tomado nove do Sport. E o pior é que na quarta-feira precisaria ganhar do Ferroviário de qualquer maneira para manter suas esperanças de levantar o turno. Era uma questão vital, pois em seguida apareceriam Náutico e Santa Cruz em seu caminho. O dirigente não pensou duas vezes: pegou Dudinha pelo braço, tomou o primeiro avião de volta e se mandou para Caruaru.

O encontro com o Ferroviário foi nos Aflitos. Se o jogo por si só, não atraía público, imaginem numa noite de chuva intensa. O borderô naquele jogo disputado sob temporal registrou apenas nove pagantes, dois dos quais irmãos do diretor – João Neto (o hoje vice-governador João Lyra Neto) e Roberto – e um terceiro, primo. Para a frustração de Fernando e família, o Central, com Dudinha e tudo, apanhou de 1 x 0 do desacreditado Ferroviário.

Quando o cabisbaixo Lyra deixava o campo, um apaixonado torcedor do Central o confortou: “Dotô!, Nóis perde, mais nóis tem time”.

 
FOTO: Uma das formações do Central, na época de Dudinha. Em pé: Zé Carlos, Dudinha, Adolfo, Zezinho, Pissica e Pereira; agachados, Zé Luiz (massagista), Nido, Ivaldo, Toinho, Vadinho e Nico .

A nossa homenagem (do Blog Caruaru Agora) ao grande Ídolo do Central Sport Club - DUDINHA - a quem tive o prazer de gozar da sua amizade particular e com muito orgulho postei a homenagem do grande mestre Lenivaldo Aragão da Crônica Esportiva de Pernambuco.
Aproveito a carona para também prestar a Nossa homenagem simples, ao grande Ídolo e o MAIOR GOLEIRO DO CENTRAL em todos os tempos, que eu vi jogar, sem desmerecer os demais que guarneceram a meta alvinegra ao longo dos anos.
Dudinha me falou de certos momentos que viveu em São Paulo, na equipe do Palmeiras e também de algumas controvérsias do futebol de Penambuco, quando da sua passagem pelo Sport Club do Recife e também pelo Alvinegro de Caruaru.
Dudinha, não tinha "papas" na língua. Falava abertamente o que lhe vinha na cabeça...
Dudinha faleceu de complicações coronarianas e de problemas do diabetes. Era Funcionário Público, por muitos anos foi Motorista da Prefeitura Municipal de Caruaru. E também era um grande boêmio.



8 comentários:

  1. Bom dia. Sou jornalista em SP. Estou fazendo um livro sobre os ex-goleiros do Palmeiras. Preciso de informações sobre local e data de nascimento e falecimento de Dudinha. Você pode me ajudar?

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Entre em contato com 081985273728 irmã cunhado sobrinhos todos moram aqui no Recife a irmã e cunhado sabem muito sobre a história do mesmo. Vai ser um prazer ajudar.

      Excluir
    2. Sou FILHA dele, pode falar com esse número 081 9 9747-2087, todas fotosuas e relatos está aqui. Pode ligar

      Excluir
  2. Bom dia. Sou jornalista em SP. Estou fazendo um livro sobre os ex-goleiros do Palmeiras. Preciso de informações sobre local e data de nascimento e falecimento de Dudinha. Você pode me ajudar?

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. AMIGO DO BLOG O MOMENTO CERTO, FOI DIFÍCIL LOCALIZAR OS FAMILIARES DE DUDINHA MAS EU CONSEGUI E COMO HAVIA PROMETIDO VOU PASSAR OS DETALHES QUE COLHI JUNTO A SUA EX-ESPOSA ADEILDA.
      NOME COMPLETO: SEVERINO SANTOS DE ARAÚJO - APELIDO DUDINHA. NASCEU NA CIDADE DE TIMBAÚBA-PE., EM 29.11.1939. MORREU AOS 74 ANOS DE IDADE VÍTIMA DE UMA CIRURGIA CORONARIANA, EM DECORRÊNCIA DE COMPLICAÇÕES APÓS HAVER SUBMETIDO AO PROCEDIMENTO DE CATETERISMO NO HOSPITAL BARÃO DE LUCENA, NO RECIFE EM 05.03.2014. VIVEU MARITALMENTE COM QUATRO MULHERES E COM ELAS TEVE QUATRO FILHOS: ANA PAULA, ALAN CARDEL, ALAN KARDECK (FALECIDO) AOS 21 ANOS E UM OUTRO QUE A MULHER ESQUECEU DE ANOTAR. PROFISSIONALMENTE EXERCEU ATIVIDADES DE GOLEIRO NO CENTRAL DE CARUARU, NO GALÍCIA DE SALVADOR NA BAHIA, NO SAMPAIO CORREIA DE SÃO LUÍS-MA. NO SPORT RECIFE EM PE. E NO PALMEIRAS EM SÃO PAULO-SP.
      OS CELULARES PARA CONTATO DIRETO 9 9731 3370 DE ANA PAULA (WHATSAPP; ALAN CARDEL 9 9671 1637 (WHATSAPP) E DA VIÚVA ADEILDA 9 9747 2087 (TODOS DA TIM).
      A VIÚVA ADEILDA ME INFORMOU QUE TEM FARTO MATERIAL DE FOTOS E REPORTAGENS JORNALÍSTICAS DA ÉPOCA DE DUDINHA QUANDO O MESMO ESTEVE EM ATIVIDADE PROFISSIONAL. QUALQUER COISA ENTRE EM CONTATO COM ELA, CASO INTERESSE A VC.
      NO MOMENTO, FORAM ESSAS AS INFORMAÇÕES QUE COLHI JUNTO A FAMÍLIA. ESPERO QUE ELAS POSSAM AJUDAR A VC NO SEU TRABALHO JORNALÍSTICO. ELE FALECEU COMO FUNCIONÁRIO APOSENTADO DA PREFEITURA MUNICIPAL DE CARUARU, ONDE EXERCEU A FUNÇÃO DE MOTORISTA.
      FIQUE COM DEUS E AQUI FICO TBM A SUA INTEIRA DISPOSIÇÃO. MEU CELULAR PARA CONTATO É 9 9727 8840 TBM DA TIM. UM GRANDE ABRAÇO,BATISTA.

      Excluir
  3. CONFIRMANDO O NÚMERO DO MEU CELULAR 81 9 9726 8840.

    ResponderExcluir
  4. Sou sobrinho de segundo grau,a irmã dele ainda está viva e mora no recife junto com meu avô cunhado de dudinha o mesmo sabe muito da carreira dele contava muito bem as histórias sobre Dudinha. 985273728 pode entrar em contato

    ResponderExcluir
  5. Queria saber sobre o irmão de Dudinha , José Santos de Araújo , meu avô foi muito amigo dele..

    ResponderExcluir