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sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Dia Nacional do Rio é marcado por protesto sobre ponte em Caruaru


Ontem, 24 de novembro, foi o dia Nacional do Rio. Embora a população não tenha motivos para comemorar, a data foi reservada para protesto e reflexão, na nossa região. Em Caruaru, o local escolhido para a mobilização foi à ponte Irmã Jerônima, que custou sete milhões de reais, segundo informações do portal da Prefeitura de Caruaru. A escolha aconteceu principalmente pelo contraste  que o lugar representa. Uma ponte exuberante com contornos  da arquitetura moderna de um lado e do outro  o triste e melancólico cenário do Rio Ipojuca, em processo de degradação e decomposição, em função principalmente de servir apenas para absorção de dejetos das residencias e principalmente de resíduos químicos que são jogados diariamente, no seu leito, pelas nossas indústrias e lavanderias, sem que haja, se quer, um mínimo de tratamento específico e muito menos, respeito à natureza. No Rio Ipojuca, a grande realidade, é que não existe mais vida animal, devido à poluição ambiental.



As grandes civilizações foram construídas às margens dos rios. Como exemplo, o rio Nilo, no Egito, ou a Mesopotâmia, considerada o berço da civilização. Tudo isso estrategicamente acontecendo, devido à importância da água para existência da vida, seja ela animal ou vegetal. Apesar de essencial, o homem tem agido com imprudência em relação  ao uso da água dos rios.

A grande verdade, é que os gestores públicos, de diferentes esferas, no caso específico de Pernambuco dão às costas ao nosso Rio Ipojuca. Inconformado com as péssimas e degradantes condições sócioambientais, em que se encontram atualmente o Rio Ipojuca, o Ambientalista João Domingos comandou o movimento do dia de ontem em Caruaru.

“Este ato foi um momento de reflexão para chamar a atenção das pessoas que aqui é um local emblemático, onde podemos perceber o contraste entre uma obra considerada magnífica, e ao seu redor não há  ações para salvar o Rio Ipojuca”, ressaltou o Ambientalista João Domingos.

Ele esclareceu também que o movimento foi uma iniciativa antipartidária. "Não foi atrelada a nenhuma  entidade partidária, organização ou movimento específico. Foi apenas um ato de chamada às pessoas individualmente para que pudessem estar no local livremente, para realizar o seu protesto pacífico, em função do absurdo praticado contra o nosso Rio que de há muito vem sendo sacrificado, sem que as nossas autoridades,  façam algo para salvá-lo", ponderou João Domingos.

Lamentavelmente, o Ipojuca é considerado o 3º rio mais poluído do Brasil, evidentemente  em virtude do comprometimento em que se encontra a vida orgânica e natural  em toda a sua extensão de 329 quilômetros. “Que fique registrada a nossa insatisfação com relação ao poder público diante de um Rio que com certeza não está recebendo um tratamento adequado pela sua história, pela sua identidade, pela sua imagem que se faz presente na nossa região e principalmente quanto à sua importância, que o mesmo representa para o nosso povo",  ressaltou o Ambientalista.

Pessoas com faixas, panfletos, banners, cartazes e através da sua própria fala estiveram presentes ao evento realizando e expressando o seu protesto particular e notadamente deixando registrada à sua indignação diante do descaso que continua sendo objeto de repulsa, de toda a população, ante a falta de uma consciência socioambiental por parte dos nossos governantes, patenteada, no caso, específico, pela ausência de uma política pública de preservação do nosso meio ambiente.

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