Fernando Dantas/Gazeta Press.
Neblina, chuva, vento. As condições climáticas
encontradas pela Seleção Brasileira nos três primeiros dias em
Teresópolis - e que seguirão assim ao longo de toda a preparação - não
serão as mesmas às quais ela se submeterá durante os jogos, a maioria deles em cidades com temperaturas mais altas. Um contraste que, a comissão médica admite, exige atenção.
A
precaução é quanto aos choques térmicos sucessivos causados pelas idas e
vindas entre a região serrana do Rio de Janeiro e as sedes em que o
time atuar. Como Fortaleza e Brasília (locais das partidas contra México
e Camarões, na primeira fase da Copa do Mundo, respectivamente), que
costumam registrar forte calor.
Serafim Ferreira Borges,
clínico geral e cardiologista da equipe nacional, entende que a
reposição vitamínica, iniciada na terça-feira, contribuirá para evitar
surpresas desagradáveis diante da exposição dos 23 homens de Luiz Felipe
Scolari a outros ambientes. "Ela visa a melhorar a imunidade do atleta e
vai prosseguir até o final da competição", disse, ao lembrar ainda que o
condicionamento atlético dos jogadores de futebol diminui consideravelmente a dificuldade de adaptação climática.
"O
atleta, ao longo da carreira, cria um lastro fisiológico de adaptação
às condições adversas, inclusive condições de altitude. O indivíduo que
não está habituado a fazer exercícios rotineiramente, quando submetidos a
ambientes diferentes, sofrem mais. Isso, no atleta, é minimizado porque
eles são treinados durante a vida pela preparação física. Seu
desempenho não cai a ponto de atrapalhá-lo", salientou o médico.
Jogadores que atuam no futebol brasileiro, como Fred e Jô, não dispensaram gorro e luva na terça-feira.
O
preparador físico brasileiro, Paulo Paixão, também falou com absoluta
tranquilidade sobre o assunto. "Não vou dizer que é uma situação
irrelevante, porque não é, mas o time não vai ficar na cidade depois do jogo.
Se ficasse mais tempo, aí teria problema. Não vamos desprezar essa
situação, mas também não vamos valorizar tanto assim. Vamos tão somente
ter atenção em relação à suplementação", defende.
Não
é a primeira vez que a Seleção se prepara para uma Copa treinando em
Teresópolis, cidade em que a Confederação Brasileira de Futebol tem sede
própria desde 1978. A diferença é que, desta vez, as partidas do
torneio serão disputadas no Brasil
mesmo, a maioria delas em regiões mais quentes. Mas, na escolha da
Granja Comary, pesou principalmente a recente reforma do local, ao custo
de cerca de R$ 15 milhões.
O dinheiro gasto para
modernizar o local de treinos não impede, no entanto, que os jogadores
fiquem expostos ao frio. Nesta quinta-feira, a previsão é de que a
temperatura mínima na cidade seja de 9ºC, com possibilidade de chuva,
como aconteceu no primeiro dia de trabalho coletivo com bola. Dia em que
os atletas se armaram com calça, mangas longas, luvas e gorros.
Tossiro Neto Teresópolis (RJ) - Gazeta Esportiva.
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