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quinta-feira, 29 de maio de 2014

Frio de Teresópolis pede cautela maior de médicos da Seleção.

Fernando Dantas/Gazeta Press.

Neblina, chuva, vento. As condições climáticas encontradas pela Seleção Brasileira nos três primeiros dias em Teresópolis - e que seguirão assim ao longo de toda a preparação - não serão as mesmas às quais ela se submeterá durante os jogos, a maioria deles em cidades com temperaturas mais altas. Um contraste que, a comissão médica admite, exige atenção.

A precaução é quanto aos choques térmicos sucessivos causados pelas idas e vindas entre a região serrana do Rio de Janeiro e as sedes em que o time atuar. Como Fortaleza e Brasília (locais das partidas contra México e Camarões, na primeira fase da Copa do Mundo, respectivamente), que costumam registrar forte calor.

Serafim Ferreira Borges, clínico geral e cardiologista da equipe nacional, entende que a reposição vitamínica, iniciada na terça-feira, contribuirá para evitar surpresas desagradáveis diante da exposição dos 23 homens de Luiz Felipe Scolari a outros ambientes. "Ela visa a melhorar a imunidade do atleta e vai prosseguir até o final da competição", disse, ao lembrar ainda que o condicionamento atlético dos jogadores de futebol diminui consideravelmente a dificuldade de adaptação climática.

"O atleta, ao longo da carreira, cria um lastro fisiológico de adaptação às condições adversas, inclusive condições de altitude. O indivíduo que não está habituado a fazer exercícios rotineiramente, quando submetidos a ambientes diferentes, sofrem mais. Isso, no atleta, é minimizado porque eles são treinados durante a vida pela preparação física. Seu desempenho não cai a ponto de atrapalhá-lo", salientou o médico.

Jogadores que atuam no futebol brasileiro, como Fred e Jô, não dispensaram gorro e luva na terça-feira.
 
O preparador físico brasileiro, Paulo Paixão, também falou com absoluta tranquilidade sobre o assunto. "Não vou dizer que é uma situação irrelevante, porque não é, mas o time não vai ficar na cidade depois do jogo. Se ficasse mais tempo, aí teria problema. Não vamos desprezar essa situação, mas também não vamos valorizar tanto assim. Vamos tão somente ter atenção em relação à suplementação", defende.
 
Não é a primeira vez que a Seleção se prepara para uma Copa treinando em Teresópolis, cidade em que a Confederação Brasileira de Futebol tem sede própria desde 1978. A diferença é que, desta vez, as partidas do torneio serão disputadas no Brasil mesmo, a maioria delas em regiões mais quentes. Mas, na escolha da Granja Comary, pesou principalmente a recente reforma do local, ao custo de cerca de R$ 15 milhões.

O dinheiro gasto para modernizar o local de treinos não impede, no entanto, que os jogadores fiquem expostos ao frio. Nesta quinta-feira, a previsão é de que a temperatura mínima na cidade seja de 9ºC, com possibilidade de chuva, como aconteceu no primeiro dia de trabalho coletivo com bola. Dia em que os atletas se armaram com calça, mangas longas, luvas e gorros.

Tossiro Neto Teresópolis (RJ) - Gazeta Esportiva.

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