Se
os jogadores da seleção brasileira têm dito ao longo da primeira semana
de treinamento para a Copa do Mundo, na Granja Comary, que só viram
manifestações de apoio ao time por onde passaram até aqui, a partir dos
próximos dias eles podem presenciar uma realidade bem diferente.
Goiânia,
cidade na qual a equipe verde-amarela desembarcará no próximo domingo
para na terça-feira realizar amistoso com o Panamá, no Estádio Serra
Dourada, vive clima de ebulição política e deve sobrar para os atletas
de Luiz Felipe Scolari.
Panfleto convoca trabalhadores para greve geral
Três
categorias públicas da capital do estado de Goiás estão em greve:
agentes de trânsito, guardas civis e professores e técnicos
administrativos da rede municipal.
Os professores públicos, que
nessa quinta, em um grupo de 40 pessoas, ocuparam a sede da Secretaria
Municipal de Educação - SME -, convocam os trabalhadores para uma greve
geral na cidade em 3 de junho, às 14h, duas horas antes do início de
Brasil x Panamá.
Panfletos para o ato 'DA COPA EU ABRO MÃO, QUERO SAÚDE, TRANSPORTE E EDUCAÇÃO' foram distribuídos nesta sexta por Goiânia.
O
Sindicato Municipal dos Servidores da Educação de Goiânia - Simsed -
faz 24 exigências ao prefeito Paulo Garcia (PT), entre elas valorização
salarial, melhora do programa de saúde e condições dignas de trabalho em
escolas e creches.
Um membro do Simsed declarou ironicamente à reportagem do ESPN.com.br:
"Não posso revelar o que vai ser feito, mas a seleção vai ser muito bem
recebida por aqui. No dia da chegada, na segunda-feira e no dia do
jogo."
Além da partida amistosa, Neymar, David Luiz e cia farão em
Goiânia, também no Serra Dourada, o único treino aberto para o público
até o final da Copa.
Na última segunda-feira, no desembarque dos
atletas no Rio de Janeiro antes da viagem para a Granja Comary, em
Teresópolis, o ônibus dos jogadores foi cercado por manifestantes
pedindo melhores condições para o sistema de educação público.
Histórico
Goiânia
também foi a primeira cidade na qual a seleção conheceu a fúria popular
que tomou as ruas durante a Copa das Confederações, no meio do ano
passado. Os jogadores estiveram no local em 11 de junho de 2013 para um
treinamento antes do início da competição e deram de cara com protestos
de funcionários públicos contra o governador Marconi Perillo (PSDB).
Por André Linares, Lucas Borges e Paulo Cobos, de Teresópolis-RJ.
Paulo Cobos/ESPN.com.br
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