Terminal de Passageiros para o Transporte Fluvial.
Sistema não consegue dar conta do número de passageiros, diz professor.
Apesar da lentidão, governo prevê estações finalizadas ainda este ano.
Barcos sobre o Rio Capibaribe como uma das alternativas oferecidas pelo
transporte público são o desejo de boa parte dos usuários de ônibus,
metrô e bicicleta. Pelo projeto apresentado pela Secretaria das Cidades,
serão dois corredores para o transporte fluvial: o Oeste, que sai da BR
até o Centro do Recife,
percorrendo 11 quilômetros e cinco estações de passageiros; e o Norte,
da Avenida Guararapes, também no Centro, até a Escola de Aprendizes de
Marinheiros, em Olinda, com duas estações e três quilômetros.
O plano
foi mostrado na quarta reportagem da série sobre mobilidade no Grande
Recife, exibida nesta quinta (25) pelo Bom Dia Pernambuco.
As estações de embarque e desembarque de passageiros foram projetadas
com estacionamento, que pode ter de 12 a 50 vagas para carros. O projeto
prevê que elas fiquem perto de pontos de ônibus e bicicletas para que o
passageiro combine os meios de transporte. A tarifa deve ser a mesma do
sistema de transporte dos passageiros, como numa integração. No total,
serão 14 barcos, com capacidade para 86 ocupantes. O corredor de
navegação terá 3 metros de profundidade e 35 metros de largura.
Apesar de soar animadora, a proposta não consegue dar conta da demanda,
como afirma o professor de engenharia civil, estradas e transporte da
Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Maurício Pina. “É uma
alternativa que nós aprovamos, consideramos interessante, mas, pela
própria demanda esperada, 10 mil passageiros por dia, tá muito longe de
ser uma solução para o problema de mobilidade do Recife que, só pelo
sistema de ônibus, movimenta dois milhões de passageiros por dia”, diz.
Barcos no Rio Capibaribe como solução alternativa para o Transporte Público.
As obras são feitas lentamente. A dragagem no lado oeste do rio começou
há um ano e ainda não foi concluída. Ainda não há previsão de quando
começam as obras do lado norte. A construção das estações foi anunciada,
mas somente a do Derby tem obra. A justificativa da Secretaria das
Cidades é que o estado gastou todo o dinheiro que tinha para o programa e
o Governo Federal ainda não analisou o projeto. Mesmo com a falta de
recursos, o cronograma prevê que a conclusão das estações, dragagem e da
garagem de manutenção dos barcos seja feita ainda neste ano.
“[A expectativa do governo] é no decorrer do ano de 2014 concluir todo o
processo de dragagem e concluir também toda a construção das sete
estações, bem como a garagem de manutenção das embarcações. E [...]
também fazer a licitação, ou seja, contratar o operador que vai atuar em
nome do estado para comprar as embarcações que o estado determinar e
fazer a operação do sistema”, afirma o secretário das Cidades, Danilo
Cabral.
Bicicletas no Recife
Como meio de transporte alternativo, as bikes têm conquistado cada vez mais o recifense. Junto com a popularização cresceu também a discussão sobre a segurança no trânsito. O entregador Adelson Silva usa a magrela todos os dias para trabalhar. Ele garante que é preciso ter experiência e cuidado ao se arriscar diariamente, já que a cidade não foi projetada para o uso desse transporte. “É bom a gente andar de bicicleta, agora tem que saber andar [...] pra não tá sendo atropelado pelos carros. A gente pega a faixa melhor de andar, pelos cantos e não ir pelo meio dos carros. A gente sempre dá uma paradinha pra num levar um revés por aí, se arriscando na vida”, diz.
Para a estudante Aline Rios, que pega a bike em uma das 70 estações
espalhadas pelo Recife que disponibilizam o transporte com o uso do
cartão VEM, os principais obstáculos são os veículos maiores. “Os
motoristas não têm respeito com o ciclista. Motorista de ônibus são os
piores, eles trancam as pessoas. A gente corre até o risco de ser
atropelado, porque você vai desviar de um ônibus, muitas vezes se joga
pra um carro. Isso quando você opta por não andar pelas calçadas. Porque
se você andar pelas calçadas você acaba fazendo o contrário, colocando
em risco as pessoas, os pedestres”, explica a estudante.
Do G1 PE.
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