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sábado, 21 de dezembro de 2013

Polícia não descarta mais prisões em Caruaru



A Polícia Civil não descarta a prisão de mais envolvidos no esquema de corrupção da Câmara de Vereadores de Caruaru. Em entrevista na manhã desta quinta-feira (19), o delegado responsável pelo caso, Erick Lessa, informou que as investigações da Operação Ponto Final continuam e que outros vereadores podem ser detidos. A polícia, no entanto, não revelou mais detalhes sobre a operação desencadeada ontem (18) que culminou com a prisão de dez dos 23 vereadores de Caruaru.

O delegado também informou que não há comprovação de que a prefeitura do município tenha pago propina como chegou a afirmar o vereador Jailton Soares de Oliveira (PPS), mais conhecido com Jajá, enquanto estava no Instituto Médico Legal (IML) para fazer o exame de corpo delito antes de ser encaminhado à Penitenciária Juiz Plácido de Souza. "A prefeitura colaborou com as investigações", garantiu o Erick Lessa.

Além dos vereadores, empresários (que poderiam ter pago propina) são alvo da polícia. "Chamou a atenção o fato de que, em certos momentos, a oposição e a situação de uniram nesse esquema", disse o delegado. Entre os presos, seis vereadores são de oposição ao prefeito José Queiroz (PDT) e quatro da situação.

O grupo vinha sendo investigado há seis meses. Os legisladores são acusados dos crimes de concussão (cobrança de vantagem em troca de voto), corrupção passiva e organização criminosa. A investigação corre em segredo de justiça.

As prisões foram coordenadas pela Gerência de Controle Operacional do Interior da Polícia Civil no Agreste. Participam dos trabalhos 120 policiais civis, entre delegados, agentes e escrivães. Segundo o delegado Erick Lessa, que preside o inquérito, foram apreendidas oito armas de fogo, R$ 40 mil em dinheiro e mais de R$ 100 mil em cheques. O que podemos dizer é que existe um esquema de vereadores que solicitam e exigem valores para aprovar determinados projetos na Câmara, contou.

m vereador que prestou depoimento conversou com a reportagem do Diário. Apesar do dia agitado, o 1º secretário Gilberto de Dora (PSB) tentou manter a rotina e foi à sede do legislativo pela manhã. Muitos gabinetes estavam vazios. Esse processo está em sigilo até agora. Eu fui convocado como testemunha. As perguntas foram direcionadas aos projetos de lei que tramitavam na Câmara autorizando o Executivo a fazer concessões para empresas de ônibus de transporte público e um empréstimo ao BNDES para instalar o BRT (Transporte Rápido por Ônibus), disse.

O empréstimo que o vereador se refere foi referendado durante a sessão da última terça-feira. A pauta foi aprovada com 17 votos a favor, 5 contra e uma abstenção. O valor foi de R$ 250 milhões e será contraído junto ao BNDES. Desse total, R$ 150 milhões serão destinados para o ramal Leste/Oeste do BRT, ligando o bairro das Rendeiras até o Alto do Moura, e R$ 100 milhões para pavimentação de ruas e avenidas. Os vereadores Ranilson Enfermeiro (PSC) e Edjailson da Caruforró (PTdoB) também prestaram depoimento.

Com informações do repórter Tércio Amaral, do Diário de Pernambuco.
Publicado por Diario de Pernambuco.

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