A
Polícia Civil não descarta a prisão de mais envolvidos no esquema de
corrupção da Câmara de Vereadores de Caruaru. Em entrevista na manhã
desta quinta-feira (19), o delegado responsável pelo caso, Erick Lessa,
informou que as investigações da Operação Ponto Final continuam e que
outros vereadores podem ser detidos. A polícia, no entanto, não revelou
mais detalhes sobre a operação desencadeada ontem (18) que culminou com a
prisão de dez dos 23 vereadores de Caruaru.
O
delegado também informou que não há comprovação de que a prefeitura do
município tenha pago propina como chegou a afirmar o vereador Jailton
Soares de Oliveira (PPS), mais conhecido com Jajá, enquanto estava no
Instituto Médico Legal (IML) para fazer o exame de corpo delito antes de
ser encaminhado à Penitenciária Juiz Plácido de Souza. "A prefeitura
colaborou com as investigações", garantiu o Erick Lessa.
Além dos
vereadores, empresários (que poderiam ter pago propina) são alvo da
polícia. "Chamou a atenção o fato de que, em certos momentos, a oposição
e a situação de uniram nesse esquema", disse o delegado. Entre os
presos, seis vereadores são de oposição ao prefeito José Queiroz (PDT) e
quatro da situação.
O grupo vinha sendo investigado há seis
meses. Os legisladores são acusados dos crimes de concussão (cobrança de
vantagem em troca de voto), corrupção passiva e organização criminosa. A
investigação corre em segredo de justiça.
As prisões foram
coordenadas pela Gerência de Controle Operacional do Interior da Polícia
Civil no Agreste. Participam dos trabalhos 120 policiais civis, entre
delegados, agentes e escrivães. Segundo o delegado Erick Lessa, que
preside o inquérito, foram apreendidas oito armas de fogo, R$ 40 mil em
dinheiro e mais de R$ 100 mil em cheques. O que podemos dizer é que
existe um esquema de vereadores que solicitam e exigem valores para
aprovar determinados projetos na Câmara, contou.
m vereador que
prestou depoimento conversou com a reportagem do Diário. Apesar do dia
agitado, o 1º secretário Gilberto de Dora (PSB) tentou manter a rotina e
foi à sede do legislativo pela manhã. Muitos gabinetes estavam vazios.
Esse processo está em sigilo até agora. Eu fui convocado como
testemunha. As perguntas foram direcionadas aos projetos de lei que
tramitavam na Câmara autorizando o Executivo a fazer concessões para
empresas de ônibus de transporte público e um empréstimo ao BNDES para
instalar o BRT (Transporte Rápido por Ônibus), disse.
O
empréstimo que o vereador se refere foi referendado durante a sessão da
última terça-feira. A pauta foi aprovada com 17 votos a favor, 5 contra e
uma abstenção. O valor foi de R$ 250 milhões e será contraído junto ao
BNDES. Desse total, R$ 150 milhões serão destinados para o ramal
Leste/Oeste do BRT, ligando o bairro das Rendeiras até o Alto do Moura, e
R$ 100 milhões para pavimentação de ruas e avenidas. Os vereadores
Ranilson Enfermeiro (PSC) e Edjailson da Caruforró (PTdoB) também
prestaram depoimento.
Com informações do repórter Tércio Amaral, do Diário de Pernambuco.
Publicado por Diario de Pernambuco.
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