Antes da chuva cair no Grande Recife, fenômeno foi visto no céu.
As chuvas registradas em algumas cidades do Sertão
pernambucano, neste final de semana, com raios, trovões e até granizo em
Belém do São Francisco, podem ter duração de até sete dias. Apesar
disso, o índice pluviométrico dos quatro meses chuvosos da região
(janeiro a abril) deve ficar abaixo da média histórica, de 400
milímetros. A previsão é da Agência Pernambucana de Águas e Clima
(Apac), que emitiu alerta, nesta segunda de chuvas fortes, acima de 30
milímetros, na Zona da Mata e Região Metropolitana do Recife, com
possibilidade de rajadas de ventos de até 50 quilômetros por hora, até o
meio-dia desta terça, sobretudo na madrugada.
No Grande Recife, houve relatos de muita ventania entre a tarde e noite desta segunda, situação que pode se manter até o meio-dia.
A chuva de granizo se deu no domingo e durou cerca de dez minutos,
assustando e surpreendendo os moradores de Belém do São Francisco. No
mesmo dia, Parnamirim registrou 41 milímetros. Do sábado para o domingo,
Custódia teve 66 milímetros de chuva, Bom Conselho, 44,9 milímetros e
Calçados, 41 milímetros, entre outras cidades com índice pluviométrico
forte ou moderado.
Segundo a Apac, as chuvas são provocadas pelo mesmo fenômeno que
deixou estragos no Grande Recife, no último dia 29, o Vórtice Ciclônico
de Altos Níveis (VCAN), mas que age de forma diferente em cada local.
“Ele sempre ocorre no verão, mas este ano já aconteceu quatro vezes
seguidas (dias 9, 14 e 29 de janeiro e 7 de fevereiro)”, explica o
meteorologista Thiago do Vale. “E pode tanto provocar quanto inibir as
chuvas”.
Conforme Thiago, não existem equipamentos para prever a ocorrência de
granizo e as fortes chuvas em Belém não foram detectadas porque os
equipamentos de medição da região (que não pertencem a Apac) estão com
defeito. Desde dezembro, também já choveu granizo em Sertânia, Flores,
Caruaru, Pedra, Bom Jardim e Arcoverde.
“Apesar de rara por aqui, a chuva de granizo é natural. A nuvem forma
gotas de água, que se transformam em gelo em altitudes maiores. Se as
pedras forem pequenas elas se derretem ao cair. Se grandes, caem em
forma de gelo”, explica a meteorologista Aparecida Fernandes. Mesmo
chovendo gelo no Sertão, a maioria das barragens da região continua em
colapso.
Como previsto pela Apac, a chuva começou a cair forte na tarde de
ontem, na Zona da Mata Sul. Já no Grande Recife, ela surgiu fraca, mas
houve registros de ventos fortes em vários bairros. Maria Fátima
publicou no ComuniQ foto de uma telha da estação BRT Guararapes que
voou. José Jorge Alves relatou chuvas e rajadas de vento nos bairros de
Engenho do Meio, Cidade Universitária e Iputinga. Gisele também informou
sobre ventos e chuva em Boa Viagem . Erick citou ventania no Janga (Paulista) e Cássia Fonseca, em Nova Descoberta.
O Corpo de Bombeiros informou ter chamados para telhas voando, mas
nada de grande porte, até as 20h. A Defesa Civil do Recife não teve
registro de ocorrências até esse horário.
Na manhã desta segunda, outro fenômeno foi visto no céu, o halo
solar, uma espécie de arco-íris em volta do sol."É um efeito de
refração da luz, que causa o efeito. Foi descrito por Isaac Newton,
quando a luz branca atravessa um prisma, ela se decompõe em 7 cores.
Neste caso, as nuvens carregadas, mais altas, funcionam como o prisma",
explicou o professor Antônio Carlos Miranda, da Universidade Federal
Rural de Pernambuco (UFRPE).
Deyvson Lima/ ComuniQ
NE 10.
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