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sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Dos “Intocáveis” a uma “pérola” do folclórico ponteiro Dedeu

O renomado Jornalista Esportivo da Crônica especializada de Pernambuco Lenivaldo Aragão que mantém e assina a famosa coluna “No pé da conversa”, há vários anos nos principais jornais da Capital Pernambucana, filho de Santa Cruz do Capibaribe, atendendo nosso pedido, reviveu um dos “causos” mais hilariantes surgidos aqui no futebol nordestino - por ocasião da sua estada em Caruaru, quando da realização do 1º Fórum dos Cronistas Esportivos de Pernambuco que aconteceu no Teatro do Shopping Difusora em homenagem aos 90 anos da ACDP – Associação dos Cronistas Desportivos de Pernambuco, órgão que idealizou e promoveu o evento.

Lenivaldo Aragão é especialista em contar “causos e histórias” que  enfeitam o imaginário popular, e também é autor de dois livros que contam “causos” verídicos do folclore do futebol do Nordeste, com destaque especial aos “fatos” vivenciados aqui em nosso estado. O primeiro livro do Cronista Santacruzense, é o “No pé da conversa” e o outro é o “Comigo ou sem migo”, que é exatamente uma homenagem ao personagem do episódio narrado pelo nosso confrade da Crônica Esportiva Pernambucana.

Na década de 60, o Clube Náutico Capibaribe formou um grande time de futebol que inclusive conquistou o Hexa Campeonato no futebol de Pernambuco – sua maior conquista, diga-se de passagem. À época, o ataque Timbu era formado por: Nado na ponta direita; Bita o grande artilheiro, cognominado de o Homem do Rifle” e atuava na meia direita; Nino, o Centroavante; Ivan Brondi, o meia esquerda e formava juntamente com o volante Salomão um meio campo respeitado que era o cérebro do time e na ponta esquerda tinha o Lala, outro veloz ponteiro que atuava na outra extrema do campo. Na realidade esse era um time quase imbatível. Inclusive chegando a derrotar o Santos com Pelé e tudo, em plena Vila Belmiro – fato memorável e quase inacreditável, na época.

O Jornalista do antigo vespertino Diário da Noite, Aramis Trindade, ficou famoso por que entre outros slogans, batizou esse time Alvirrubro de “os Intocáveis” em alusão aquele famoso seriado hollywoodiano que conta a história da máfia de Chicago nos Estados Unidos e cujo personagem principal era Elliot Ness e que fazia um grande sucesso na televisão naqueles idos.

Pouco depois dessa época apareceu por aqui um jogador que fazia diabruras com a bola nos pés atuando pela ponta direita e o seu nome era Dedeu, bem no estilo do ponteiro direito Nado.  Arisco com a bola nos pés, lépido e decisivo, um ponteiro direito que deixava em polvorosa a defesa adversária e principalmente os seus marcadores, mas com um QI muito aquém da sua capacidade de raciocínio quando investia com a bola dominada contra as defesas adversárias. Do folclórico ponteiro Dedeu várias, “pérolas” foram contadas que davam um colorido especial ao anedotário do futebol brasileiro e ele recusava-se a admitir ser o autor de quase todas.

Apesar dele também negar essa, Lenivaldo revelou que a mesma veio do futebol cearense. Essa “história” aconteceu quando Dedeu jogava no Guarani de Sobral e foi contada por um jornalista de Fortaleza, que também era empresário de futebol. Esse jornalista que Lenivaldo não citou o seu nome foi quem “descobriu” Dedeu para o futebol brasileiro. E esse episódio hilário rodou o nosso país. Teve uma grande repercussão na Revista Placar e em outras revistas, jornais e emissoras de rádio importantes da época.

O “causo” é que Dedeu, titular absoluto na equipe do Guarani de Sobral, no interior do Ceará machucou-se. Chegou um Repórter de uma emissora local, puxou um gravador e perguntou: “que pena né, Dedeu, você não vai poder jogar?”. Aí Dedeu não teve dúvidas, respondeu: “não. Não é problema não. Comigo ou sem migo, a gente vai ganhar o jogo”.

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