Repleta de prédios, Caruaru já parece com o Recife.
Cidade do Agreste pernambucano não lembra em nada a imagem romântica de uma cidade do interior.
Foto: Michele Souza/JC Imagem
Caruaru
já é como o Recife. A cidade do Agreste pernambucano não lembra em nada
a imagem romântica de uma cidade do interior pacata, com residências e
áreas rurais, lembrando muito mais a capital do Estado, com um centro
apinhado, trânsito caótico e construções residenciais irregulares no
entorno do distrito industrial e nos morros da cidade. Embora o
desenvolvimento da cidade não seja recente, a cidade se expandiu ainda
mais após a duplicação da BR-232, que “diminuiu” a distância entre o
município e a capital do Estado.
Com
cerca de cem edifícios residenciais, dois shopping centers e um polo
industrial com 122 empresas e indústrias que empregam cerca de 7 mil
pessoas, Caruaru vai ganhar um aeroporto e um centro de convenções. O
secretário de desenvolvimento do município, Erich Veloso, diz que um
terceiro módulo industrial com 150 hectares deverá comportar cerca de 42
empresas, que representarão mais 6 mil empregos. “Já temos uma lista de
42 empresas interessadas, sendo que já estão previstas para este ano a
instalação de 28 unidades.” Caruaru terá também um complexo de negócios
agropecuários, com um investimento inicial orçado em R$ 52 milhões.
“Há
um projeto em estudo que vai comportar um matadouro regional, parque de
exposições, centro de zoonoses, a feira do gado, um centro
administrativo que deverá servir de instalação a órgãos e atividades
afins, além do parque de vaquejada, que será transferido do local onde
fica hoje para dar lugar ao aeroporto e ao centro de convenções, que
ficará próximo à BR-232.” O secretário diz que o centro de convenções
deverá permitir a realização de eventos de negócios que hoje acontecem
no litoral sul.
Para
o empresário Fabiano Carvalho, que se mudou do Recife para Caruaru há
três anos e abriu uma imobiliária que hoje representa as principais
construtoras do Recife na cidade do Agreste, agora é que a cidade deverá
crescer mais. “Há um quadrilátero que se forma entre Recife, Caruaru,
Campina Grande e João Pessoa com as BRs-232 e a 104. Isso movimenta
muito a região. Atende a demandas de Fortaleza, Natal, Paraíba,
Alagoas.”
O
empresário diz que além do comércio, a indústria ganha força na cidade.
“Caruaru terá um terceiro módulo industrial, a cidade terá um Centro de
Distribuição da Lafarge, um dos maiores produtores de cimento do mundo,
que deverá abastecer toda a demanda do Agreste e vai começar a operar
com o mesmo potencial do Recife, uma média de 300 toneladas de cimento
por dia.”
O
público consumidor de toda essa estrutura são os comerciantes e
empresários do município. Hoje a cidade tem perto de cem prédios
residenciais. “Hoje há em torno de 15 novos empreendimentos residenciais
que acabam de ser lançados, número que chega a 30 considerando também
residenciais de pequeno e médio porte, com financiamento do Minha Casa,
Minha Vida. A faixa de preço dos imóveis em Caruaru vai de R$ 80 mil a
R$ 1,1 milhão.” O empresário indica que a Conic deverá lançar em 30 dias
o edifício Terra Brasilis Caruaru , que terá 40 andares. “A construtora
aguarda a aprovação da prefeitura.”
Caruaru
teve um plano diretor em 2004, mas o estudo está sendo revisto e deverá
ter nova edição em 2014. Apesar do estudo de planejamento, hoje não há
um diálogo sobre o ordenamento urbano entre os empresários e o setor
público. Caruaru está agora começando a fazer a regularização de
loteamentos irregulares, trabalho da prefeitura com o Ministério
Público, para que os loteamentos antigos que foram feitos sem
infraestrutura como calçamento, saneamento, energia e água sejam
requalificados.
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