Neto Baiano segue inspirado: sete gols em seis jogos (Foto: Aldo Carneiro / Pernambuco Press).
Quase todos os titulares poupados para o confronto decisivo da Copa do Nordeste, Leão perdeu o embalo de cinco vitórias consecutivas.
Desfigurado, o Sport deu a falsa impressão de que manteria o mesmo
padrão e embalo dos últimos jogos, quando emplacou cinco vitórias
consecutivas entre o Campeonato Pernambucano e a Copa do Nordeste. Mas
depois de um início de jogo sufocante, permitiu a reação do Central. O
técnico Eduardo Baptista pagou o preço - certamente muito bem calculado -
de priorizar o Nordestão. Com apenas dois titulares, o volante Rodrigo
Mancha e o centroavante Neto Baiano, o Leão apenas empatou com o Central
em 1 a 1 na noite deste sábado.
Uma Ilha do Retiro morna - as prévias de carnaval ajudaram a esfriá-la -
viu o primeiro tropeço da “era Eduardo Baptista”, até então embalado
com 100% de aproveitamento. Viu também o Sport voltar a levar um gol
após cinco partidas. E a estreia do zagueiro paraguaio Meza. Tanto ele
quanto o meia uruguaio Robert Flores, em seu segundo jogo - o primeiro
como titular - foram apenas discretos. Ambos oscilaram bons e maus
momentos.
Apesar do resultado, o Sport segue numa situação confortável no
Hexagonal do Segundo Turno do estadual. Com 7 pontos, só pode ser
alcançado por Salgueiro ou Santa Cruz, que se enfrentam neste domingo no
Sertão. O Leão, porém, na pior das hipóteses, dividirá a liderança com
um jogo a menos. Já o Central chegou a 3 pontos e, pelo menos
momentaneamente, deixou a lanterna para o Náutico - com dois jogos a
menos que o Alvinegro. O Alvirrubro recebe o Porto na Arena Pernambuco,
neste domingo.
Uruguaio Flores teve alguns lampejos, mas foi discreto em campo (Foto: Aldo Carneiro / PE Press).
O Sport volta a campo nesta terça-feira contra o CSA, em Maceió, no
segundo jogo pelas quartas de final da Copa do Nordeste. Na Ilha, o Leão
venceu por 2 a 0. O próximo compromisso pelo Pernambucano é o clássico
contra o Santa Cruz, no dia 6 de março. Na véspera, o Central faz o
clássico de Caruaru com o Porto.
Gol e deperdício rubro-negro
Bastaram sete minutos para Neto Baiano mostrar por que exigiu estar em
campo. O primeiro gol rubro-negro foi a consequência natural de um time
que, mais uma vez, entrou em campo com fome. A sequência dos primeiros
11 minutos resume-a. Aos 5, Neto Baiano mandou um foguete da entrada da
área, e a bola passou raspando no ângulo do goleiro André.
Dois minutos depois, o camisa 9 não perdoou. Gol típico de
centroavante. Apenas dois toques na bola. Um para ajeitá-la, outro
para endereçá-la. Mérito também do volante Ronaldo pela chegada
surpreendente ao ataque. Foi dele o passe para o sétimo gol de Neto nos
últimos seis jogos. Aos 11, Robert Flores perdeu a chance de ampliar em
mais uma boa descida do ataque rubro-negro.
A bola queimava no pé do Central, acuado em seu campo de defesa. Só aos
18 minutos, em um lance sem qualquer perigo no meio de campo, o
Alvinegro conseguiu trocar passes por uma fração de tempo razoável. O
time caruaruense nitidamente sofreu com a marcação sob pressão do Sport.
Tanto que o goleiro Saulo só deixou de ser espectador aos 22 minutos.
As duas únicas chegadas do Central levaram perigo. Primeiro, uma falta
cobrada por Diego Góis, que desviou pelo meio do caminho e exigiu boa
defesa do goleiro rubro-negro. Depois, um chute de Tallys. Saulo
apareceu bem outra vez. Do outro lado, o Sport teve mais três lances
perigosos. No mais evidente, João Paulo salvou uma cabeçada de Meza em
cima da linha.
Mudança de cenário
Tivesse aproveitado as oportunidades, o Sport teria descido para o
intervalo com uma tranquilidade de fato. Porque apesar dessa sensação, o
placar de 1 a 0 tornava o sentimento traiçoeiro. Tanto que parece ter
contagiado os rubro-negros. No início do segundo tempo, o cenário do
jogo mudou drasticamente. Aos 2 minutos, Edson Di por pouco não empatou.
A cabeçada tirou tinta da trave.
Dois minutos depois, gol. Danielo Pires invadiu a área do Sport pela
direita e viu muito bem a chegada de Jean pelo meio. O lateral-esquerdo,
cria da base rubro-negra, finalizou de primeira. A bola passou por
baixo de Saulo. Empate merecido. Ainda no primeiro tempo, o Leão já
havia diminuído o ritmo nos últimos 15, 20 minutos.
Foi o primeiro gol sofrido pelo Sport depois de cinco partidas. Justo
quando o time entrou em campo sem o goleiro Magrão e o xerife Durval, os
dois pilares do sistema defensivo. Durval, por sinal, pode se
vangloriar de ainda não ter visto a equipe tomar gol com ele em campo.
Aos 6 minutos, Eduardo Baptista acionou o garoto Everton Felipe,
revelação de apenas 16 anos, no lugar de Sandrinho. Depois, o experiente
volante Wendel estreou ao substituir Mancha. O decorrer da segunda
etapa, porém, confirmou a mudança de cenário dentro das quatro linhas.
Em nenhum momento, o Sport conseguiu exercer o mesmo domínio visto
naqueles 20 primeiros minutos de jogo. Com o time da casa desencontrado,
o Central continuou à vontade. Mas também parou de incomodar.
Do lado do Sport, um chute de fora da área de Robert Flores, outro de
Everton Felipe. Uma finalização para fora de Neto Baiano. E só. Faltou
criatividade, volume de jogo para ganhar. Aos 41, Felipe Azevedo ainda
arrancou o último suspiro das arquibancadas. Após jogada individual,
bateu firme de fora da área e acertou o travessão. Um castigo para os
mais de 12 mil rubro-negros que, na noite deste sábado, escolheram ver
futebol no estádio em vez de pular carnaval.
Por Lucas Fitipaldi
Recife - GLOBOESPORTE.
Nenhum comentário:
Postar um comentário