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segunda-feira, 14 de maio de 2012

Preço do milho e feijão dispara por conta da estiagem em Pernambuco

Foto: Reprodução / TV Globo
 
Aumento do preço do feijão chega a 125% em alguns casos. Oferta do milho para período junino será até 25% menor do que 2011.
 
Dois produtos muito consumidos pelos nordestinos – o feijão e o milho – tiveram os preços disparados nos supermercados e no Centro de Abastecimento e Logística de Pernambuco (Ceasa-PE), no Recife, por conta da estiagem. O valor do milho, por exemplo, é quase o dobro do ano passado. 

Com a falta de chuva, as plantações só sobrevivem através da irrigação. Mas, como a seca é considerada a pior dos últimos 40 anos, também está faltando água para esse tipo de produção.

No Ceasa do Recife, 80% dos produtos vendidos vêm de Pernambuco e os outros 20%, de estados como Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará, locais muito atingidos por conta da estiagem. “A expectativa é de que a oferta do milho realmente caia, devido à seca. A gente espera uma oferta 20%, 25% menor do que o ano passado. E o preço [da mão de milho] deve ficar em torno dos R$ 20, R$ 25, podendo chegar até a R$ 30”, contou Paulo de Tarso, diretor técnico do Ceasa. No ano passado, o preço máximo da mão chegava a R$ 15.

Mesmo com a diminuição da oferta, o milho não deve faltar e os nordestinos poderão manter a tradição de fazer comidas típicas do período junino. “Faltar não vai. O milho está garantido para o São João, logicamente com uma oferta menor que no ano passado”, salientou Paulo de Tarso. Em 2011, o Ceasa do Recife vendeu cerca de 15 milhões de espigas de milho na época junina. Para este ano, a expectativa é de que os comerciantes vendam aproximadamente 13 milhões de espigas.

O preço do feijão também está mais alto. O aumento chega a 125% em alguns casos, como o do feijão-verde. “Praticamente não se encontra feijão-verde na Ceasa. O preço do feijão carioquinha também está com preço bastante elevado em relação ao ano passado. Isso acontece em função primeiro por conta da redução da produção do Paraná e, em segundo, por causa da seca na Bahia, em Irecê”, disse Paulo de Tarso. A recomendação do diretor técnico é que, pelo menos nessa fase de estiagem, as pessoas procurem consumir feijão preto como substituto. O preço desse tipo está cerca de 60% mais barato.

Os efeitos da seca aumentam os preços de outros produtos, além de feijão e milho. O Ceasa espera um aumento significativo no primeiro semestre de 2011. “A estiagem, a médio prazo, vai causar um grande impacto nos preços do Ceasa. Por exemplo, podemos citar o preço da abóbora, que está 90% mais cara. Por conta da seca, está se reduzindo a oferta e ficando mais caro”, concluiu Paulo de Tarso.

Caruaru

Caruaru está enfrentando um período de seca, por causa do longo período sem chuva. Para se ter uma ideia, em abril choveu 10,4 milímetros, quando a média é de 90. Devido a isso, não houve distribuição das sementes de milho e feijão. Os agricultores estão tendo prejuízos.

Todo dia o agricultor Geraldo Severino confere o tempo. O céu nublado é uma esperança de que a chuva venha, pra ele começar o preparo do solo. Nessa época do ano, o terreno de três hectares já deveria ter recebido as sementes. “Não tem semente porque, infelizmente, a chuva não veio e não podemos plantar sem ter a terra molhada”.

O plantio está atrasado por causa da estiagem. Os agricultores nem receberam as sementes. E, de acordo com o calendário agrícola do Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA), elas deveriam ter sido entregues até o fim de abril. Mas isso não aconteceu em função da seca.

“Essas sementes só chegarão a Caruaru se houver chuva suficiente para preparar o solo e nos acharmos que ainda há condições para o plantio. Entretanto, os pequenos agricultores de Caruaru plantam, mesmo passado o período das chuvas, pensando na palha do milho para alimentar o gado”, explicou o agrônomo do IPA, Fábio César.

Em março choveu 27 milímetros. Bem abaixo da média histórica que é de 95 milímetros. Em abril, foram só 10,4 milímetros quando a média é de 90. Essa quantidade não permite o plantio. Mesmo com o atraso, o agricultor Heleno Francisco tem esperanças e acredita que vai conseguir plantar e colher a mesma quantidade de milho do ano passado. “Este ano eu quero repetir o mesmo feitio do ano passado: colher 98 sacos de milho”.

Da Redação do Portal +AB
Com informações do G1

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