Dez vereadores foram presos acusados de integrarem esquema de propina.
Valor de R$ 2 milhões foi cobrado para que prefeitura aprovasse projeto BRT.
Em janeiro de 2013, prefeito, vereadores e secretários de Caruaru,
no Agreste de Pernambuco tomaram posse. Na época, o então Secretário de
Relações Institucionais, Marco Casé enxergava com otimismo a pasta que
havia sido criada há dois anos. Esperava-se, no então momento, que as
relações entre o poder executivo e legislativo estreitassem
positivamente.
Ainda em 2013, foi deflagrada a operação "Ponto Final", da Polícia
Civil. A operação que contou com a parceria da Secretaria de Relações
Institucionais marcou negativamente a gestão da Câmara Municipal.
Dez vereadores foram acusados de integrarem esquema, envolvendo
cobrança de propina da prefeitura no valor de R$ 2 milhões, para aprovar
o projeto de linha rápida de ônibus, o Bus Rapid Transit (BRT). O
projeto foi vetado.
Conversas envolvendo vereadores e representantes da prefeitura somaram
mais de 300 horas gravadas, e que foram apresentadas em inquérito. Dez
parlamentares foram presos. Advogados de defesa recorreram e os
vereadores respondem em liberdade. Por lei, foi permitido que eles ainda
continuassem recebendo os salários, mesmo estando afastados do cargo.
Com dez vereadores afastados, outros dez foram empossados. O que gerou
uma instabilidade no orçamento municipal, uma vez que foi preciso pagar
os salários de 33 parlamentares, dez a mais do que o normal.
De acordo com a Lei de Responsabilidade Fiscal, os valores não poderiam
passar dos 54% do orçamento para o pagamento dos salários; com isto,
assessores foram dispensados.
O duodécimo - verba destinada à Câmara municipal - equivale a 5% de
tudo que a prefeitura arrecada. Esse recurso é destinado ao pagamento de
salários dos vereadores, funcionários efetivos e contratados.
Em primeiro de janeiro de 2017, uma votação irá eleger o novo
presidente da casa. A nova gestão terá que pagar maiores salários que a
antiga. Os salários de R$ 9 mil, foram aumentados pelos próprios
parlamentares para R$ 15 mil. O número de vereadores volta ao normal,
23.
Nove dos dez vereadores envolvidos no escândalo não conseguiram se
reeleger, e 13 novos vereadores entraram. Há um desafio a mais para a
nova gestão, melhorar a imagem da casa legislativa, devido às polêmicas
passadas.
Do G1 Caruaru.
Nenhum comentário:
Postar um comentário