Simpatia de Jacozinho da Pamonha conquistou clientes fiéis (Foto: Vital Florêncio/ TV Asa Branca).
Edilson trabalha quatro horas por dia, de segunda a sábado, em Caruaru.
'Me vê muito simpático, bonitão. Aí quer comprar mesmo', diz sobre clientes.
Com produtos que variam de R$ 2,50 a R$ 4, Edilson Pereira de Lima, de
51 anos - o "Jacozinho da Pamonha" - fatura até R$ 3.600 por mês na
venda de comidas à base de milho em Caruaru, no Agreste de Pernambuco.
Ele enfrenta o calor de segunda a sábado, das 15h30 às 19h30, de terno e
gravata. Para o carro com os alimentos em frente a um condomínio e faz o
anúncio: "É pamonha, é canjica, é mungunzá, é milho cozinho, é limpeza,
primeiro mundo, meu povo".

Edilson
Pereira fatura até R$ 3.600 por mês com a venda de pamonha, mungunzá,
canjica e milho (Foto: Vital Florêncio/ TV Asa Branca).
"A gente não pode ter medo de agir, mesmo que venha com terno ou sem
terno - é a vida. Não pode se preocupar por causa da roupa, não. A
cliente quando olha, me vê muito simpático, bonitão. Aí quer comprar
mesmo, e leva. E eu estou feliz por isso. A ideia [de usar o terno] é
minha.Me considero um cientista porque faço todas as comidas sozinho. O
'Cientista da Pamonha'", explica.
Ao deixar a profissão de garçom e se dedicar ao próprio negócio ,
ele diz: "Meu sonho é ser um empresário e lutar para ser alguém na
vida". Edilson trabalhou 27 anos na profissão - há sete meses foi
demitido do restaurante onde ganhava menos de R$ 1.700 por mês. Sem
encontrar emprego, resolveu usar os conhecimentos de um curso de
gastronomia feito no Recife há nove anos. "Você tem que agir, trabalhar.
Porque se não trabalhar, vai dar trabalho à sociedade e à Justiça",
justifica Edilson sobre a mudança de vida.
O "Cientista da Pamonha", como se autointitula, se diz feliz. Ele contou ao G1
que produz - por dia - 70 pamonhas, 50 canjicas, seis litros de
mungunzá e cozinha 45 milhos. Edilson revela que consegue vender tudo o
que produz. Todas as iguarias são feitas a partir do milho. "A comida de
milho é muito abençoada, por isso resolvi fazer algo com ela. Faço tudo
sozinho, minha esposa só ajuda na amarração da pamonha, mas o tempero é
meu".

Jacozinho produz 70 pamonhas por dia para vender
em Caruaru (Foto: Vital Florêncio/ TV Asa Branca).
em Caruaru (Foto: Vital Florêncio/ TV Asa Branca).
Outra opção feita por Jacozinho da Pamonha foi a de enfrentar o calor
de Caruaru de terno e gravata. Ele veste a roupa, segue com o carrinho
pelo Bairro Indianópolis e para em frente a um conjunto de prédios
residenciais - o ponto diário de venda. Edilson Pereira estaciona,
coloca uma pamonha no garfo, abre um sorriso e começa a propaganda.
Ele não reclama por passar tanto tempo em pé, na rua. "Ganhando um
salário mínimo fica difícil, quando começa a trabalhar para você, as
coisas começam a acontecer". Ele atribui ao carisma o sucesso nas
vendas. "A minha simpatia que chama a atenção das pessoas".
Jacozinho não se importa com o calor, com a roupa quente. Atende a
todos com simpatia. Em menos de 20 minutos que a reportagem do G1
esteve no ponto de venda de Jacozinho, ele atendeu mais de cinco
pessoas. Enquanto não havia clientes, sorria, entoava o anúncio dos
produtos e abordava veículos no trânsito.
A alegria contagiou e conquistou clientes fiéis. Deivison José Brito,
de 28 anos, saiu de casa para atender o pedido da esposa. "Ela está
grávida e ficou com desejo de comer a pamonha feita pelo Jacozinho. Tive
que vim buscar. E sobre o terno, mostra que ele é uma pessoa preparada
para atender melhor o cliente", diz o técnico de enfermagem.
Do G1 Caruaru.
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