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terça-feira, 5 de julho de 2011

Um luz no final do túnel: 80% dos detentos aguardam julgamento



Para muitos observadores, o atual quadro caótico de superlotação da Penitenciária de Caruaru,  vem transformando, a situação do nosso Presídio como "uma verdadeira bomba chiando, prestes a explodir".

Construída para abrigar 98 homens, a unidade do Presídio Juiz Plácido de Souza em Caruaru encontra-se no momento com quase mil e duzentos detentos superlotando suas dependências. O que anima, o atual quadro, é que desse número cerca de mil detentos aproxidamente, ou em números exatos precisamente 960 dos reeducandos (80% da atual população carcerária) estão reclusos em processo provisório, ou seja, aguardam ser julgados pela Justiça.

Cirlene da Rocha Chefe Executiva da Penitenciária reconhece que a cada dia torna-se mais difícil a situação dos reeducandos da Penitenciária local, "realmente a situação é difícil porque sempre está diminuindo o espaço devido a grande incidência da violência.  Fato que implica  na obrigatoriedade  dos reclusos em dividir o espaço com outros presos novos que estão chegando. Veja bem, os que chegam são recolhidos na "espera", que são cinco celas individuais, que naturalmente deveriam conter cinco pessoas, chega-se às vezes,  o momento  em que ficam recolhidas cerca de até 150 pessoas, o que significa dizer, que cerca de 30 pessoas chegam a dividir um pequeno espaço, dentro de cada cela".

Apesar da superlotação a unidade de Caruaru é referência no falido Sistema Penitenciário Brasileiro. Mas para que os ânimos dos reeducandos sejam acalmados existem uma série de iniciativas que são implementadas dentro da Penitenciária da Capital do Agreste. No Presídio Juiz Plácido de Souza foram implantadas escolas, onde mais de 150 detentos estudam. A Chefe Executiva Cirlene Rocha explica ainda que cerca de 70% dos reeducandos exercem alguma atividade profissionalizante,  esportiva e ou mesmo cultural, através da manifestação da música ou do teatro.

"Toda manutenção da unidade é realizada pelos próprios detentos, como a confecção da alimentação, da limpeza, serviços hidráulicos e de pedreiros. Bem como as atividades das empresas que mantém vínculo com a ulnidade, como de confecções, de brindes, de reciclagens, de calçados, de bolsas e de embalagens, etc. Enfim, é uma infinidade de atividades profissionais que eles passam o dia desenvolvendo, além de ganhar remissão de pena, também recebem dinheiro pelo seu trabalho", enfatiza Cirlene Rocha.

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