Pinto lembra que ajudou na construção das arquibancadas do estádio do Central-PE
(Foto: André Vinícius / GE.COM/CARUARU).
Pinto, como é mais conhecido, é presença certa no estádio Lacerdão.
Jogadores, técnico, diretoria, todos eles aparecem frequentemente na
mídia. Suas imagens são divulgadas a todo o momento. Afinal, são eles
que diretamente conquistam os títulos e fazem a alegria da torcida. Mas
um clube de futebol não é feito somente pelo 'escalão da frente'. Muita
gente pode até não imaginar, mas os profissionais dos bastidores são tão
importantes quanto as estrelas do gramado. Sem eles o campo não seria
um tapete, as chuteiras não brilhariam tanto e os uniformes já estariam
sujos de lama antes mesmo de a bola rolar. A maioria faz esse serviço no
apagar dos holofotes e o melhor disso é que a paixão pelo time é a
motivação principal.
Uma dessas figuraças é Severino Celestino dos Santos. Ele seria um
Severino qualquer se não tivesse o apelido e as histórias que tem em um
time de futebol. Com participação ativa no Central-PE, Pinto, como é
carinhosamente conhecido, tem marcas por lá desde a construção das
arquibancadas do Lacerdão. A história dele na patativa começou em 1979,
justamente quando ajudou a reformar o estádio, que na época se chama
Pedro Vitcor de Albuquerque. Porém, o amor pelo clube veio muito antes
disso. Desde criança, assistia aos jogos em Caruaru e até hoje a
história se repete. Se quiser encontrar Severino, o lugar certo é o
campo centralino.
- Aos 16 anos comecei a frequentar o Lacerdão com meu irmão e faço isso
até hoje. Quando não estou trabalhando, estou aqui para torcer. O amor
pelo time sempre foi grande demais. Eu não tinha nem condições de comer
direito, mas comprava refrigerante só porque vinha nas tampinhas os
jogadores do Central.
Ele tem 76 anos de idade, mas a memória não falha. Ainda estão recentes na lembrança os anos de ouro do time caruaruense.
- Em 22 de outubro de 1986 o Central venceu o Flamengo por 2 a 1 pela
Copa do Brasil. No mesmo ano tive o prazer de comemorar o título de
campeão da Série “B” do Brasileirão, foi muita emoção.
Atualmente ele é um dos mais ilustres funcionários do clube. Qualquer
torcedor alvinegro o conhece, afinal, são 34 anos de serviços prestados.
Mesmo depois desse tempo todo, continua incansável. Trabalha o dia
inteiro na manutenção do gramado, da sede e do que mais precisar. Antes
dos treinos ele dá um trato no piso de grama retirando os 'pés de
galinha' para que a bola role tranquila. Assim que os jogadores sobem
para o campo, Pinto desce para os vestiários para deixar tudo pronto e
arrumado. Será que com esse trabalho todo ele reclama de cansaço?
- De jeito nenhum. Faço porque gosto e a gente só acha ruim o que não
gosta. Chego aqui de 8h da manhã e só saio quando escurece, cuidando do
clube inteiro com muito prazer.
Incansável, Pinto dá um trato no gramado e tira os 'pés de galinha' (Foto: André Vinícius / GE.COM/CARUARU).
O reconhecimento,merecido, diga-se de passagem, sempre aparece. Depois
do jogo contra o Tiradentes no último domingo (25), que classificou a
Patativa para as oitavas de final da Série D do Brasileiro, o técnico
Edson Leivinha ressaltou a importância de profissionais como ele no
Central.
- Essa vitória a gente dedica também aos funcionários do clube. São
pessoas como Pinto, que a gente vê trabalhando o tempo todo, mesmo
naquela idade e que tem um carinho muito grande pelo que faz. Essas
pessoas precisam ser respeitadas. Por isso, vitórias como esta temos de
dedicar a essas pessoas.
Por GLOBOESPORTE.COM
Caruaru, PE.
Nenhum comentário:
Postar um comentário