CONVERSANDO COM CARUARU

LEIAM OS NOSSOS BLOGS

domingo, 5 de junho de 2011

Estaria acabando o São João de Caruaru? Pelo menos muita coisa da originalidade foi embora...

Já faz um bocado de tempo que a originalidade do São João Caruaru não existe mais. Se não vejamos: cadê os shows das emissoras de rádio que faziam durante todo o mês de junho nos bairros da periferia em toda a cidade. Lembro-me bem os shows comandados por Lídio Cavalcanti - de saudosa memória,  na Rádio Liberdade reunindo multidões e o que dizer de Ivan Bulhôes – o Rei do Forró e sua caravana animando o São João da Rádio Difusora. De quebra ainda tinha Agenor Farias na Rádio Cultura do Nordeste. Isso já não existe mais, tal qual o nosso Carnaval que já teve seus dias de sucesso e glória...

Quem (da época)  não lembra do "tradicional encontro" das manhãs de sol do Comércio e do Intermunicipal na Rua da Matriz ou Avenida Rio Branco, como queiram. E o Carnaval de Rua com o desfile de Escolas de Samba, Troças e Agremiações Carnavalescas como o Clube Mixto Vassourinhas em Folia, o Motoristas, o Sapateiros, o Bloco de Zé de Inês,  o Folião Número Um Aldo Teixeira, bem como o tradicional Bloco de Cacho de Coco entre outros. O Bloco As Divinas e Maravilhosas. O desfile de Carros Alegóricos. E o Trio Elétrico da Coca-Cola que era um Trio Elétrico igual ao Trio de Dodô & Osmar lá em Salvador.  E aqui quem fazia a festa era o Guitarrista Cabral com seu Cavaquinho.  E o que dizer do Corso Carnavalesco com o desfile de veículos na sua maioria jeeps sem capota e etc.  E o Carnaval em sua Casa das emissoras de rádio de Caruaru, que saia de casa em casa fazendo a festa mais popular do Brasil.Tudo isso fez a tradição do nosso Carnaval e eu vivi com muita alegria e intensidade essa nostálgica época gloriosa de Caruaru.

Pois bem, mas vamos voltar ao São João de Caruaru, deixando um pouco de lado o saudosismo.  Paralelamente à essa época de ouro nós tivemos o surgimento do São João de Caruaru. E o que era a originalidade da nossa maior festa: Fogueiras acesas em todas as ruas com queima de fogos de artifícios em profusão em toda cidade.  A música "Capital do Forró do nosso amigo Jorge de Altinho retrata muito bem a  originalidade da nossa festa. Palhoças em muitas ruas dos diversos bairros da Capital do Agreste que disputavam os Concursos da Melhor Palhoça promovidos pelas emissoras locais, com o apoio da Prefeitura de Caruaru. As principais eram:  a da Rua Bahia, a do Vassoural. Tal qual se fazia  com as ornamentações das ruas, que também disputavam prêmios. As principais eram: a Rua Amarela, a Av. Rio de Janeiro e a 3 de Maio. E os Palhoções bombando cheio de gente e atrações. Os principais eram: o de Zé Lucia, Vassoural e o de Marrone no bairro Petrópolis.

E o nosso Trem do Forró, que chegava direto do Recife estufado de gente dançando e fazendo a festa com seus Trios de Pé de Serra. Tivemos também o Avião do Forró. Era uma Festa Espetacular o São João de Caruaru. Bons tempos aqueles...


Mal começou o São João e os problemas também começaram a aparecer. Aliás antes mesmo de começar o São João a bronca teve seu início quando a Prefeitura resolveu acabar com as tradicionais barracas do Pátio do Forró, o que foi contestado pela maioria da população caruaruense.  

Pra completar o que estamos a afirmar vejamos a reportagem de Jaciara Fernandes da Rádio Liberdade que fala da nossa realidade atual: não teremos este ano o tradicional e folclórico Festival dos Fogueteiros e a Festa da Pamonha Gigante outra tradição do São João de Caruaru por falta de patrocinadores. 

A historia da pamonha gigante começou em 1990, quando o mecânico, José Moreira, que faleceu há sete anos, percebeu que muitas pessoas não tinham condições financeiras para fazer as comidas típicas desta época, por causa do preço do milho.

Assim, ele resolveu fazer a primeira pamonha que pesava cerca de 4 kg no primeiro ano, iniciativa aprovada, ele resolveu distribuir a iguaria anualmente no São João. O que o mecânico não contava é que esta atitude levaria a pamonha à entrar no Guinness Book (Livro dos Recordes) em 1999 quando pesava 170kg.

A pamonha gigante “versão 2010” teve 320kg e contou com o trabalho de 30 pessoas da Rua 11, bairro Rendeiras, onde é realizado a festa. E quem dá o tempero especial a pamonha é a irreverente dona Margarida Moreira, 77 anos, viúva de José Moreira, que ajuda a descascar e temperar as duas mil espigas de milho, “eu gosto demais do São João e aqui a festa é bem divertida, por isso me fantasiei toda para dançar e comer bem muito”, brinca.

Não quero ser pessimista e muito menos derrotista, mas a realidade mostra um panorama muito sombrio do que poderá ser o nosso futuro em termos das nossas maiores tradições. E o pior é que a nossa maior concorrente em termos de São João - Campina Grande - este ano está copiando as nossas Drilhas e se fizer o Festival de Fogueteiro e Baloeiro ou mesmo a maior Pamonha??? Além de já ter copiado o nosso Trem do Forró.

Eis aí na íntegra a matéria:

"Festa da Maior Pamonha do Mundo é cancelada por falta de patrocínio


A Festa da Maior Pamonha do Mundo está fora do São João 2011. O comunicado oficial foi entregue pelos organizados do evento a Associação dos Idealizadores das Comidas Gigantes, presidida por Augusto Eventos, nesta sexta-feira (03).

A comida de tamanho nada convencional surgiu há quase 20 anos, na Rua Mestre Tota, sendo a primeira festa no gênero em Caruaru e há alguns anos foi transferida para o bairro Rendeiras.

O Festival Nacional do Fogueteiro também será outra atração ausente no São João de Caruaru. De acordo com os organizadores, faltaram patrocinadores e apoio. Assim como a Festa da Pamonha Gigante, o festival acontecia há quase duas décadas, atraindo milhares de pessoas ao campo do Central."
 
Do Notícias Sociais,
Jaciara Fernandes

Nenhum comentário:

Postar um comentário