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segunda-feira, 13 de junho de 2011

Juíza denuncia PMs por ameaça de morte

Magistrada de Tabira prestou queixa contra policiais que faziam a sua escolta mesmo sendo réus em processo de tortura e assassinato que ela julga

Encarregada do julgamento de 19 policiais militares acusados de tortura e assassinato, a juíza Fabíola Michelle Muniz Mendes Freire de Moura, 35 anos, de Tabira, Sertão de Pernambuco, prestou queixa na última quinta-feira (9) na delegacia do município, a 298 quilômetros do Recife, dizendo ter sido vítima de tentativa de homicídio. Os acusados são dois PMs que, embora citados como réus no processo que ela julga, estariam fazendo sua escolta na noite anterior. Amigos da magistrada repassaram as informações e cópias dos registros policiais ao JC na noite deste domingo (12).

À Polícia Civil, a juíza disse estar recebendo ameaças de morte desde que assumiu o processo contra os militares. Na noite do último dia 8, por volta das 18h, quando voltava para casa com o marido, de carro, na PE-292, entre Sertânia e Tabira, policiais que faziam sua escolta teriam freado bruscamente no meio da rodovia e descido da viatura com armas apontadas para o casal.

Ainda conforme o registro, Gustavo de Oliveira Melo, marido da juíza, dirigia o carro. O veículo da Polícia Militar seguia na frente com a sirene desligada. Os PMs Cícero José dos Santos e Antônio Vicente da Silva Sobrinho, acusados com outros 17 de torturar e matar dois agricultores em dezembro de 1998, estariam na escolta com um terceiro policial.

Os três policiais desceram armados, de acordo com o relato da juíza, registrado em boletim de número 11E0051000012. “Dois deles aproximaram-se das laterais do carro de Fabíola e o outro PM estaria com a arma apontada para o para-brisa. Ela, então, gritou e o marido acelerou o automóvel, só parando quilômetros depois, na casa de um agricultor.”

A juíza disse na delegacia que telefonou para o Grupo de Operações Especiais. A equipe do GOE acionou dois policiais civis. Esses foram até o local e fizeram no dia seguinte (quinta-feira, 9) a segurança de Fabíola até a realização da audiência sobre o crime de 1998. Ela presidiu a sessão protegida por um colete à prova de balas.

Responsável pelo comando da escolta, o soldado Antônio Vicente da Silva Sobrinho, réu no processo julgado por Fabíola, relatou ao comando do 23º Batalhão da PM, em Afogados da Ingazeira, que o marido da juíza saiu em velocidade sem motivo aparente depois que a viatura parou devido a buracos na estrada.

Do JC Online

 

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