Comando da corporação informou que sindicâncias estão sendo realizadas para investigar possíveis desvios de conduta.
A atuação da Guarda Municipal em Santa Cruz do Capibaribe, está sob investigação nesta cidade do Agreste. Moradores denunciam abuso de autoridade e agressões. Diante disso, o comando da corporação informou que sindicâncias estão sendo realizadas para investigar possíveis desvios de conduta. Por causa do aumento no número de reclamações, o Ministério Público elabora um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) para tentar evitar novos casos.
Na cidade, não são poucos que contam histórias de abusos cometidos pelos guardas. O agricultor Arivonilson Carlos Justino, 38 anos, diz que dia 8 de maio conduzia um animal e ele se deitou em uma avenida. “Estava tentando levantar o bicho, quando de repente veio um guarda que me chutou e me agrediu. Depois, fui algemado e me levaram para a delegacia. Disseram que eu estava maltratando o garrote.”
Segundo ele, um comerciante tirou fotos da ação dos guardas e também foi ameaçado. O agricultor prestou queixa por agressão na delegacia e no Ministério Público. Já o comerciante prestou queixa por ameaça. O radialista Antônio Clemente Correia de Almeida, 34, também afirma que sofreu agressões dos guardas municipais. Segundo ele, o fato aconteceu no dia 12 de maio, quando ele foi parado em uma blitz e estava sem os documentos da moto e sem habilitação.
“Recebi voz de prisão. Me tiraram da moto e jogaram no chão. Me bateram, deram chutes e me algemaram. De acordo com Antônio Clemente, já na delegacia, o irmão dele foi para a cela porque teria chamado um dos integrantes de “guardinha”. A situação só foi contornada com a chegada do pai dele e do advogado. Além de registrar essas denúncias, a reportagem do JC recebeu fotos nas quais alguns dos guardas aparecem em treinamento com armas de fogo. Dois deles também estão posando com o rosto coberto por capuz.
A Guarda Municipal foi criada em 1993. Atualmente, conta com 60 integrantes, que não podem usar armas de fogo. Há, ainda, 23 integrantes que também atuam como agentes de trânsito.
O promotor de Justiça de Santa Cruz do Capibaribe, Iron Miranda dos Anjos, disse que já recebeu denúncias contra guardas, mas na maioria dos casos as pessoas não querem aparecer e a punição de possíveis culpados fica difícil. Mesmo assim, segundo ele, há cerca de dois anos, dois agentes foram processados por ameaças.
RESPOSTA - O comandante da guarda municipal de Santa Cruz do Capibaribe, Getúlio Pacheco de Lima, afirmou que não há abuso de autoridade. Segundo ele, o radialista Antônio Clemente não quis deixar a moto para pegar os documentos do veículo e teria agredido os guardas. No caso do agricultor, o comandante disse que foi recebida uma queixa de que Arivonilson estaria maltratando o animal. Segundo ele, nos dois evento foram abertas sindicâncias para apurar se houve excessos. Getúlio ainda garantiu que os guardas não usam arma ou capuz.
Nenhum comentário:
Postar um comentário