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sábado, 5 de julho de 2014

Brasil faz a Colômbia dançar de vez e já pode chorar de alegria.

Thiago Silva precisará cumprir suspensão contra a Alemanha, mas fez um gol e teve a sua redenção-Sergio Barzaghi/Gazeta Press.


Se não chegou a jogar por música, foi a Seleção Brasileira que ditou o ritmo da partida contra a Colômbia no final da tarde desta sexta-feira, no Castelão. O time do técnico Luiz Felipe Scolari impediu o adversário sul-americano de comemorar mais uma vitória com danças à beira do campo, como tem feito em toda a Copa do Mundo. Garantiu o 2 a 1 no placar com gols dos zagueiros Thiago Silva e David Luiz, para arrancar lágrimas de alegria da torcida local e confirmar a vaga na semifinal contra a Alemanha. O artilheiro James Rodríguez descontou, de pênalti.

Jogador mais criticado por chorar com as emoções da dramática classificação contra o Chile, coube justamente a Thiago Silva completar uma cobrança de escanteio de Neymar no princípio do primeiro tempo e abrir o marcador. A jogada deu paz para a Seleção Brasileira controlar a partida contra a Colômbia e ampliar no segundo tempo, através de falta cobrada por David Luiz, pouco depois de a arbitragem anular um gol de Mario Yepes por impedimento. Os colombianos até esboçaram uma reação com o pênalti batido por James, mas não produziram o suficiente para forçar a prorrogação.

A Seleção Brasileira, no entanto, não deixou de ter uma grande razão para lamentação. Aos 42 minutos do segundo tempo, Neymar sofreu uma joelhada nas costas, de Zúñiga, e saiu de campo direto para um hospital de Fortaleza. Lá, foi confirmado que o principal atleta de Felipão sofreu uma fratura na terceira vértebra e perderá o restante da Copa do Mundo.

Ao menos, a classificação faz o Brasil ganhar confiança para alavancar uma campanha que começou de forma controversa, com um contestado pênalti sobre Fred na vitória por 3 a 1 sobre a Croácia, e continuou com um frustrante empate sem gols com o México. A animação agora passa a ser a mesma da goleada por 4 a 1 sobre a frágil equipe de Camarões, apesar das preocupações momentâneas que a disputa de penalidades com o Chile provocou.

A barreira emocional das quartas de final também está finalmente superada. Derrotado por França em 2006 e Holanda em 2010, o Brasil não alcançava uma fase semifinal de Copa do Mundo desde 2002, quando se sagrou campeão justamente em cima da Alemanha, adversária da próxima terça-feira, no Mineirão. O time europeu avançou com uma vitória por 1 a 0 sobre os franceses, também nesta sexta-feira, no Maracanã.
Neymar sofreu uma fratura na terceira vértebra lombar e está fora do restante da Copa do Mundo-Sergio Barzaghi/Gazeta Press.
O jogo – Maicon foi o primeiro jogador de linha do Brasil a pisar em campo na hora do aquecimento. O substituto de Daniel Alves, em má fase técnica, pareceu assumir a responsabilidade de mudar o estilo brasileiro na Copa do Mundo. Fez questão de desacelerar a passada para colocar o pé direito antes do esquerdo no gramado e saiu correndo com empolgação, batendo palmas para o público presente.

Quem queria ser contagiado por aquela energia era Thiago Silva. Bastante criticado por extravasar as suas emoções e não querer cobrar pênalti diante do Chile, o capitão ganhou apoio da torcida depois que leu um pequeno discurso contra o racismo no futebol. Na hora do Hino Nacional, abraçou os seus companheiros e fechou os olhos, porém sem derramar lágrimas.

Não havia, de fato, motivo para chorar. Maicon provou que o Brasil enfim contava com um lateral direito logo na primeira investida contra a Colômbia, ao ir até a linha de fundo. Pouco depois, aos sete minutos, Thiago Silva encontrou a sua redenção. Neymar cobrou um escanteio da esquerda, e David Luiz tentou dividir com a zaga adversária pelo alto. A bola sobrou limpa para o capitão brasileiro empurrar para dentro e comemorar com irritação, soltando palavrões para o ar.

O gol marcado no princípio deu a tranquilidade necessária para o Brasil controlar o jogo contra a Colômbia. O time visitante até tentou responder à base da sua velocidade, porém esbarrou na truculência de Fernandinho, tão seguro como primeiro volante quanto o suspenso Luiz Gustavo. Ele estava à vontade até para arriscar alguns chapéus. E animou Paulinho a ser mais participativo, diferentemente dos seus primeiros compromissos na Copa.

Apesar de aquele volume de jogo da Seleção Brasileira não ter sido traduzido em grandes chances de gol, a Colômbia ficou assustada. Ainda mais porque o público era atuante, sempre lembrando que “o campeão voltou”. Nem mesmo a oportunidade criada por Cuadrado, que deu um bom chute da entrada da área, mudou os rumos do primeiro tempo. A bola desviou no meio do caminho e encontrou o lado de fora da rede. Alguns torcedores chegaram a lamentar, pensando que era o empate colombiano.

O Brasil estava mais próximo de ampliar do que a Colômbia de alcançar a igualdade no marcador. Mais recuado do que de costume, para ajudar a armação, Neymar cedeu espaço para Hulk avançar com a sua força característica e incomodar Ospina. Em uma tabela com o astro da equipe, ele obrigou o goleiro a fazer grande defesa, aos 20 minutos. Oscar ainda pegou a sobra, mas finalizou fraco e facilitou a intervenção colombiana.

O ímpeto brasileiro foi tamanho da metade para o final da primeira etapa que enervou a Colômbia. James Rodríguez, o grande destaque do time visitante, socou o gramado e o ar algumas vezes para externar a sua irritação com as jogadas mais ríspidas de Fernandinho e com a passividade da arbitragem. Quando ele conseguiu chegar mais adiante, Thiago Silva apareceu para tranquilizar a torcida da casa.
O técnico argentino José Pekerman, ao contrário da maioria das pessoas no estádio, estava nervoso com o panorama da partida. No intervalo, decidiu tomar uma atitude e trocou Ibarbo por Ramos. Deu resultado. A Colômbia tirou proveito de uma queda de rendimento do Brasil e até colocou a bola na rede. Aos 21 minutos do segundo tempo, Yepes brigou com a defesa nacional após falta cobrada por James e mandou para dentro. A arbitragem viu impedimento no lance e fez a torcida local festejar como se fosse um gol.

Dois minutos se passaram, e a alegria do público foi ainda maior. David Luiz se apresentou para bater uma falta de longa distância e mandou a bola no ângulo. Golaço. O zagueiro e os seus colegas correram para os braços da torcida, que já não acreditava mais em uma reviravolta da Colômbia. Ninguém se importava nem sequer com a atuação abaixo da média de Neymar.

Aos 34 minutos, contudo, a Colômbia voltou para o jogo, a partir do instante em que Júlio César derrubou Bacca dentro da área. O goleiro recebeu grande apoio para realizar mais uma defesa de pênalti, porém não deixou de ser o último jogador vazado pelo artilheiro James na Copa do Mundo. O dono da camisa 10 vermelha deslocou o brasileiro e gritou para o seu time confiar na reação.

Escolado, Felipão tratou de proteger a defesa da Seleção Brasileira com as entradas de Ramires e Hernanes nos lugares de Hulk e Paulinho. Só não esperava ter de sacar também Neymar, que saiu de maca, aos 42, depois de mais uma falta dura de Zúñiga e acabou trocado pelo zagueiro Henrique. Seria o fim da linha para o astro. Já a postura fechada do Brasil trouxe emoção até o final para a Colômbia, que fez a melhor campanha de sua história em Copas do Mundo. Mas dançou de vez. Com direito a choro de James Rodríguez.

Helder Júnior, enviado especial Fortaleza (CE) -GAZETA ESPORTIVA.

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