Triunfo nos pênaltis coloca Holanda nas semifinais; próximo duelo é frente à Argentina (foto: Fabrice Coffrini)-AFP.
Tim
Krul saiu do banco no último minuto da prorrogação, só para a disputa
de pênaltis. E cumpriu sua missão. O goleiro defendeu dois pênaltis após
o empate sem gols diante da Costa Rica e garantiu a atual vice-campeã mundial na semifinal da Copa do Mundo, enfrentando a Argentina na quarta-feira, no estádio de Itaquera, em São Paulo.
Bryan Ruiz e Umaña desperdiçaram suas cobranças e colocaram fim ao sonho do time
que sai do torneio como melhor defesa. Nesta noite, na Fonte Nova, os
caribenhos contaram com grandes defesas do goleiro Keylor Navas e também
com a trave, que parou Sneijder, duas vezes, e Van Persie durante os
tempos normal e extra.
A grande surpresa da competição
só não conseguiu ser eficiente nos pênaltis, perdendo dois, enquanto Van
Persie, Robben, Sneijder e Kuyt converteram. Os centro-americanos, no
entanto, saem marcados por terem se classificado em chave que tinha
Uruguai, Itália e Inglaterra e ainda pode reclamar de pênalti
não-marcado diante dos holandeses.
O time laranja, entretanto,
teve depois da prorrogação a eficiência nas finalizações que lhe faltou
ao longo de mais de 120 minutos em Salvador. Agora, encara a Argentina
no estádio de Itaquera com o objetivo de buscar sua quarta final de
Mundial e, enfim, conquistar o título.
O jogo – A
Holanda mostrou que não abre mão de basear sua estratégia nos
contra-ataques, mas, diante da retranca da Costa Rica, compactou mais
seu time, colocando todos os seus jogadores entre as intermediárias. Van
Gaal armou a equipe no 3-4-3, com Kuyt na ala direita, Blind do outro
lado e o volante Wijnaldum saindo do lado de Sneijder como surpresa para
se juntar aos pontas Robben e Depay e ao centroavante Van Persie.
Navas foi protagonista do jogo ao fazer grandes defesas e segurar melhor ataque da Copa (foto: Gabriel Bouys)AFP.
Os
caribenhos, por sua vez, alternavam-se no 4-5-1 ou no 5-4-1, com
González sendo zagueiro ou volante de acordo com a pressão dos europeus.
A surpresa do Mundial, contudo, começou a se incomodar por tanto
esperar o time laranja no seu campo e começou a avançar para ajudar o
solitário Campbell na frente. Acabou dando espaço para sofrer.
Sem
ter tantos colegas próximos, a multidão de defensores costarriquenhos
começou a errar passes e entregar a bola ao rival perigosamente na
entrada de sua área. E expunham ainda mais a falta de noção de marcação.
Por sorte, contam com o goleiro Keylor Navas, que fez duas grandes
defesas no mesmo lance ao rebater as finalizações de Depay e Van Persie.
Aos 27, parou Van Persie de novo.
Assustada, a Costa
Rica resolveu ficar os últimos dez minutos do primeiro tempo com nove
jogadores da intermediária para trás. O ímpeto em proteger Navas era
tanto que a equipe cometia faltas desnecessárias. Em uma delas, Sneijder
cobrou com perigo no canto direito do goleiro, que se esticou para garantir a igualdade sem gols, aos 37 minutos da etapa inicial.
A
Costa Rica voltou do intervalo ainda mais disposta a se defender,
convicta de que não poderia se empolgar como antes e ir à frente,
deixando espaços para os rápidos rivais. Irritou tanto os holandeses
que, em rara aparição no ataque, viu González cabecar por cima do
travessão, aos 19. Para manter o fôlego no único que jogaria na frente, o
técnico Jorge Luis Pinto trocou o cansado Campbell por Ureña.
Sneijder foi quem mais levou perigo ao gol costarriquenho no tempo normal (foto: Ronaldo Schemidt)AFP.
A
Holanda só começou a entrar na área através da bola parada, já que os
centro-americanos não tinham medo de cometer faltas para pará-los.
Assim, o primeiro perigo só veio em cabeçada de Vlaar. Van Gaal, então,
apostou em mais uma referência na frente para ajudar Van Persie,
trocando o inútil Depay por Lens. A Costa Rica, por sua vez, sentia os
danos que o cansaço poderia causar em sua estratégia e renovava seus
marcadores.
A reta final do tempo normal, porém, foi de
imposição holandesa para dar trabalho a Navas nem que fosse na marra.
Com Sneijder e Kuyt ajudando Robben e Blind pelas pontas, os comandados
de Van Gaal deixaram só seus três zagueiros atrás do meio-campo e se
dispuseram a definir logo a classificação. Enfim, conseguiram animar a
partida.
Aos 36 minutos, Sneijder acertou a trave em cobrança de
falta. Dois minutos depois, Navas fez milagre ao defender chute à
queima-roupa de Van Persie na pequena área. O centroavante ainda deu uma
furada bisonha no mesmo lugar, de frente para a meta e, já nos
acréscimos, a bola atravessou a área até Van Persie chutá-la e Tejeda
desviá-la no travessão.
A pressão holandesa continuou e, com
quatro minutos de prorrogação, Navas já tinha realizado outra grande
defesa em cabeçada de Vlaar e visto um desvio de sua zaga deixar a bola
passar rente à trave. A Costa Rica, contudo, cansou de sofrer e se
aproveitou do cansaço holandês para se espalhar no campo e afastar o
perigo.
Holanda pressionou no tempo extra, mas não conseguiu vencer retranca adversária (foto: Damien Meyer)AFP.
Aos
sete minutos do primeiro tempo, ainda viu Ureña ser deslocado por Vlaar
na grande área e o árbitro ignorar o pedido de pênalti, assim como
encontrão sem bola de Martins Indi em Bryan Ruiz sem bola. O perigo
laranja, no entanto, já estava contido e não apareceu nem quando Van
Gaal trocou o zagueiro Martins Indi por Huntelaar.
O segundo
tempo da prorrogação foi da Costa Rica. Bolaños começou a entrar na área
driblando quem quisesse, prendendo seu time no campo holandês e, nessas
investidas, Ureña só não marcou o gol da classificação aos 11 minutos
porque o goleiro Cillessen fez grande defesa com os pés. Aos 13, no
desespero, Sneijder ainda acertou o travessão.
Com a certeza de
decisão nos pênaltis, Van Gaal abriu mão do goleiro Cillessen para
apostar em Krul debaixo das traves nas cobranças. E o reserva defendeu
as cobranças de Bryan Ruiz e Umaña, contando com as conversões de Van
Persie, Robben, Sneijder e Kuyt para ser herói holandês em Salvador.
Salvador (BA) - GAZETA ESPORTIVA.
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