Enquanto Thiago Silva se isolava, Paulinho assumiu o posto de "capitão" antes dos pênaltis com o Chile. - Fernando Dantas /Gazeta Press.
A
escolha de Bernard como substituto de Neymar, deixando espaços no
meio-campo que a Alemanha aproveitou para vencer por 7 a 1, teria sido
desaconselhada por Alexandre Gallo, um dos observadores da Seleção Brasileira.
Luiz Felipe Scolari, porém, até minimiza a influência do ex-volante
para se isolar na escolha da escalação. Mas, para ficar em terceiro na
Copa do Mundo, apostará na volta de Paulinho.
Criticado
por treinar pouco, Felipão avisou que os trabalhos na manhã desta
sexta-feira não tinham como objetivo definir a escalação. Mas prometeu
até três mudanças – testou quatro na Granja Comary.
O técnico deu a entender que Paulinho será uma delas. O volante fecharia o setor de Robben, considerado o craque do Mundial por Felipão e que desperta tanta atenção que fez Marcelo treinar no ataque reserva, simulando a movimentação do holandês.
“Vou
mexer em duas ou três posições porque tem jogadores que podem dar
sequência e ainda jogaram pouco ou nem jogaram. Vou fazer uma porque
entendo que é a colocação de um jogador em um determinado setor que pode
ser importante amanhã (sábado). E também por gostar do comportamento
desse jogador. Não vou colocar ninguém que não tenha minha completa
confiança de que vai preencher o que queremos para ganhar”, reiterou.
Os
elogios, claramente, são para Paulinho, que assumiu o papel de capitão
antes da decisão nos pênaltis contra o Chile, nas oitavas de final,
enquanto Thiago Silva se isolava do grupo para chorar e rezar sentado em
uma bola. Ramires também deve substituir Hulk para, com Paulinho e Luiz
Gustavo, formar um trio de volantes.
A
estratégia poderia segurar os alemães e, neste sábado, será usada para
bloquear os espaços holandeses. Fernandinho sairia do time para que
Willian divida com Oscar a armação da equipe. Thiago Silva, embora não
tenha trabalhado no campo, tem sua volta confirmada após cumprir
suspensão. A dúvida, então, ficaria entre o contestado Fred e Jô.
Tudo às claras, diferentemente do que fez Felipão ao escolher
Bernard diante dos alemães apesar de ter treinado pouco essa formação,
em estratégia para enganar a imprensa. “Se abro os treinos, me criticam.
Se fecho os treinos, me criticam. Tenho que fazer aquilo que acho
correto, e não dá mais para fazer treino secreto. Há pouco, treinava a
Holanda com o helicóptero lá em cima. E é bom lembrar que, mesmo com os
adversários sabendo nossas jogadas e nossos treinamentos televisionados,
fizemos cinco gols de bola parada. Ou seja, não é treino fechado que
ganha jogo.”
Ouvir observadores também não, segundo o
técnico. “O Roque Júnior e o Gallo analisam os meus adversários, não a
minha seleção. Quem é o analista da Seleção sou eu, por enquanto”,
afirmou, bravo com os rumores de que não ouviu Gallo ao escolher
Bernard.
“Eles analisam e passam as informações dos adversários e
faço a minha escolha. Permito e dou liberdade para que todos coloquem as
opiniões, mas a decisão é minha. Não vão conseguir colocar o Gallo
contra mim porque confio cegamente no que ele tem dito para mim a
respeito do assunto. Querem criar um clima que não existe”, avisou o
treinador, bufando como costuma.
William Correia, enviado especial Brasília (DF) - GAZETA ESPORTIVA.
Nenhum comentário:
Postar um comentário