Vertonghen aproveitou o rebote do goleiro e marcou o único gol, que garantiu o triunfo da Bélgica - Djalma Vassão/Gazeta Press.
Já classificada, a Bélgica não precisou de seus principais jogadores
nem atuar com 11 durante todo o segundo tempo nesta quinta-feira para
garantir 100% de aproveitamento na primeira fase da Copa do Mundo.
Frágil tecnicamente, a Coreia do Sul perdeu por 1 a 0 e, com apenas um
ponto somado, dá adeus ao Mundial.
Os asiáticos foram vítima de sua falta de habilidade com a bola nos pés, o que motivou vaias enquanto os europeus controlavam o jogo
no primeiro tempo. Aos 44 da etapa inicial, Defour deixou a Bélgica com
um a menos ao acertar as travas da chuteira na canela de um adversário,
mas nem com mais atletas em campo a Coreia do Sul pôde exercer pressão
útil.
Os
sul-coreanos não foram além de uma bola no travessão, que só ocorreu
porque Son Heung-Min errou seu cruzamento, aos 13 do segundo tempo.
A Bélgica, por sua vez, tinha jogadores melhores até no banco, como
Origi, que saiu da reserva para chutar e forçar o rebote que se
transformou no gol de Vertonghen, aos 32 minutos.
Após
colocar Hazard só aos 41 do segundo tempo e não contar com Alderweireld,
Witsel, De Bruyne, Lukaku, Vermaelen e Kompany, a Bélgica chega animada
pelas vitórias sobre Argélia, Rússia e Coreia do Sul para enfrentar os
Estados Unidos pelas oitavas de final, às 17 horas (de Brasília) de
terça-feira em Salvador, na Fonte Nova.
Defour foi expulso no primeiro tempo, após uma entrada mais forte no meio-campo, e prejudicou a Bélgica - Djalma Vassão/Gazeta Press.
O jogo – O
que ocorreria no primeiro tempo ficou claro segundos após o pontapé
inicial, quando o belga Mirallas deixou um sul-coreano no chão ao
aplicar drible na grande área e tocou em busca de um companheiro que não
o acompanhou. O atacante do Everton era a válvula de escape do time
europeu diante do desespero asiático.
Precisando vencer, a
Coreia do Sul chegou a ter somente o seu goleiro no campo de defesa. No
círculo central ou um pouco mais à frente, seus zagueiros eram os
únicos a guardar posição, cabendo aos laterais correr para ajudar na
frente e, sem a bola, formar uma linha com quatro atletas. Os asiáticos
atacavam sempre com sete ou oito jogadores.
A
presença na frente, contudo, era atrapalhada pela falta de técnica,
tanto que só assustaram em finalização do zagueiro Kim Youg-Gwon, aos
dez. a Bélgica se mantinha calma e espalhada no 4-3-2-1, com Fellaini e
Mertens e, às vezes, Januzaj tentando ajudar o solitário Mirallas no
ataque.
Em contra-ataque, o único atacante chegou a balançar as
redes, completamente impedido, aos 19. Mas foi questão de tempo para os
favoritos tocarem a bola e irem avançando. Perdidos em meio ao próprio
nervosismo, os asiáticos deixaram Mertens completamente livre na pequena
área e tiveram sorte, já que o belga isolou a bola.
A
tranquilidade europeia aumentava à medida que sul-coreanos até pisavam
na bola. Mas a calma virou soberba. Na prática, espaço para atacar.
Assim, aos 29, Ki Sung-Yueng obrigou Courtois a se esticar para evitar o
gol. Na cobrança do escanteio, Son Heung-Min pressionou a zaga belga e
Defour salvou em cima da linha o que seria um gol contra de Lombaerts.
Mas
o relógio não dava tranquilidade aos sul-coreanos, que começaram a
cometer faltas cada vez mais perto da área, aproximando os belgas de seu
gol.
A entrada mais dura, porém, não foi de um asiático. Aos 44, Defour
deixou as travas da chuteira do pé direito na canela de Kim Shin-Wook e
foi expulso. A Coreia do Sul, ao menos, tinha vantagem numérica.
No
intervalo, o técnico Hong Myung-Bo aproveitou a superioridade e colocou
o atacante Lee Keun-Ho. Mas o treinador sul-coreano não podia colocar
exatamente o que faltava à sua seleção: qualidade. Os asiáticos atacavam e
corriam, mas não sabiam o que fazer quando tinham a bola. Os belgas nem
sentiam falta do jogador que perderam pouco antes do intervalo.
Baseando-se
ainda mais no contra-ataque, o time europeu só poderia sofrer em caso
de azar, o que quase ocorreu em cruzamento errado de Son Heung-Min que
acertou o travessão de Cortouis, aos 13 da etapa final. No resto das
tentativas adversárias, bastou o bom posicionamento do goleiro do
Atlético de Madri para evitar qualquer perigo.
A fragilidade
asiática era tão grande que o técnico belga Marc Wilmots não precisou
colocar em campo tão cedo os astros que preservava no banco nem aumentar
seu poderio defensivo. Realizou trocas pensando em colocar atletas
descansados para ir ao ataque. Teve sucesso.
Uma das apostas do
ex-atacante foi Origi, que logo correu e tornou Felaini mais útil,
tabelando. Em uma dessas movimentações, o atacante de 19 anos arriscou
de fora da área e o goleiro Kim Seung-Gyu deu rebote, facilitando para
Vertonghen, capitão belga nesta quinta-feira, abrir o placar em
Itaquera, aos 32 minutos do segundo tempo.
Logo após o gol, os
sul-coreanos desabaram no gramado, esboçando claro cansaço. Mas tiveram
raça para ir à frente e, aos 34, Lee Keun-Ho recebeu lançamento na
grande área e chutou por cima. A partir daí, os valentes asiáticos
seguiram tentando correr e continuaram vítimas de suas próprias
fragilidades técnicas, fundamental para definir a eliminação logo na
primeira fase da Copa. Bom para quem veio a Itaquera e pôde ver Hazard
em campo por alguns minutos.
Luiz Ricardo Fini e William Correia São Paulo (SP) - GAZETA ESPORTIVA.
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