No primeiro tempo, Suárez recebeu passe de Cavani e desviou de cabeça para abrir o placar em São Paulo - Marcelo Ferrelli/Gazeta Press.
Maior aposta
inglesa, Rooney conseguiu nesta quinta-feira fazer seu primeiro gol em
Copas do Mundo, mas o atacante e sua seleção perderam para alguém mais
habituado a balançar as redes. Recém-recuperado de cirurgia no joelho
esquerdo, Suárez estreou no Mundial apenas nesta tarde, e marcou os dois
gols da vitória uruguaia por 2 a 1 no estádio de Itaquera.
A capacidade decisiva do atacante
do Liverpool encaminha a eliminação britânica. Os campeões mundiais em
1966, sem nenhum ponto em dois jogos até agora, só chegarão à última
rodada do grupo D com chances de classificação se a Itália vencer a
Costa Rica nesta sexta-feira. Qualquer outro resultado já acaba com a
participação do time na Copa.
O Uruguai, por sua vez,
enfrenta a Itália na terça-feira, às 13 horas (de Brasília), em Natal,
dependendo somente de si para se classificar, já que somou seus
primeiros três pontos nesta quinta-feira. A Inglaterra, por sua vez,
depende da Itália para saber se não entra em campo apenas para cumprir
tabela diante da Costa Rica, também ás 13 horas de terça-feira, no
Mineirão.
A definição do grupo chamado da morte se deve a Suárez. O
atacante aproveitou cruzamento preciso de Cavani aos 38 minutos do
primeiro tempo para abrir o placar. aos 29 da etapa final, Ronney fez
seu primeiro gol em Copas do Mundo, mas Suárez, destaque uruguaio há
quatro anos, foi ainda mais decisivo ao receber contra-ataque e definir o
placar aos 29 da etapa final.
O jogo – Não
foram necessários muitos minutos para a Inglaterra mostrar que conta
com mais opções do que o Uruguai. O time de Roy Hodgson alternou-se no
4-2-3-1 e no 4-4-2 confiando basicamente nas movimentações de Rooney no
ataque e de Gerrard na cabeça de área, até deixando de jogar para organizar a equipe taticamente.
Os
sul-americanos, por sua vez, contava com uma estratégia bem simples.
Tinha quatro ou cinco na linha de defesa, dependendo do posicionamento
de Arévalo Rios, com a ideia de bloquear as jogadas pelas pontas dos
britânicos. Quando algum dos comandados de Oscar Tabárez tivesse a bola,
precisava procurar a correria de Lodeiro ou, ao menos, encontrar
Cavani. Um dos dois tinha que tocar para Suárez.
Enquanto a grande
esperança uruguaia se mexia em busca da bola, os ingleses foram subindo
e os latinos protegiam o pouco confiável Muslera da maneira que fosse
necessária. Assim, começaram a cometer faltas e, na cobrança de uma
delas, aos nove minutos, Rooney fez a bola passar rente à trave.
Para
afastar o perigo, o Uruguai tentava transformar chutão em lançamento e,
aos 14 minutos, viu Cristian Rodríguez, aos 14 minutos, pegar a sobra
de um deles e bater com perigo uma rara oportunidade
celeste de surpreender os europeus. Defendendo e atacando em bloco, os
ingleses só não conseguiam achar espaço para finalizar com perigo.
Já no segundo tempo, Rooney aproveitou o cruzamento para a área e apareceu na segunda trave para empatar - Marcelo Ferrelli/Gazeta Press.
Na
tentativa de respirar, aos 25 do primeiro tempo, Tabárez adiantou a
marcação e aproximou Cavani de Suárez, dando maiores chances para
Lodeiro trabalhar além de só correr atrás de ingleses. A primeira
consequência da mudança foi Cavani aproveitando jogada ensaiada em
cobrança de escanteio e chutando próximo do travessão.
A
Inglaterra, porém, sabia um atalho para seguir jogando no campo
adversário: Martin Cáceres. Escalado na lateral direita, o jogador da
Juventus foi alvo fácil por não conseguir bloquear os lançamentos para
Welbeck e cometia faltas facilmente. Na cobrança de uma delas, Muslera
falhou e Rooney cabeceou no travessão, aos 31 minutos.
O Uruguai,
contudo, não se assusta ao ser pressionado e confia plenamente no trio
ofensivo. Provou por que tanta convicção em suas jogadas aos 38 minutos.
Do meio-campo, Lodeiro lançou Cavani, que teve tranquilidade para
cruzar com precisão na cabeça de Suárez. Nas costas de Jagielka, o
atacante do Liverpool ajeitou o corpo para testar a bola sem chances de
defesa para Hart.
Já sem organização, jogando-se na frente, a
Inglaterra tentou o empate ainda no primeiro, mas não conseguiu. Os
britânicos entenderam que abusar do sofrimento adversário é a melhor
arma dos bicampeões mundiais, e passaram toda a etapa final lutando
contra a própria tensão para superar os obedientes e destemidos
uruguaios.
O dia, no entanto, era de Suárez, que emendou uma bomba de perna direita e garantiu a vitória celeste - Djalma Vassão/Gazeta Press.
Como
já se previa, a Celeste usou o nervosismo inglês como atalho e viu, com
menos de sete minutos no segundo tempo, Hart evitar gol olímpico de
Suárez e Cavani finalizar para fora após assistência de Lodeiro. Tudo
caminhava para que os comandados de Tabárez definissem a partida em um
contra-ataque, até porque faltavam opções no banco inglês.
Mesmo
sem tantas alternativas, Hodgson privilegiou quem tinha mais fôlego
para correr e forçar o erro uruguaio. Trocou Sterling e Wellbeck por
Barkley e Lallana, e insistiu nas jogadas pelas pontas. Teve sucesso.
Aos 29 minutos, Johnson aproveitou um raro vacilo adversário e encontrou
Rooney completamente livre na pequena área. Ficou fácil para o camisa
10 inglês desencantar em Copas do Mundo.
O Uruguai, no entanto,
ainda tinha Suárez, e o atacante é realmente decisivo. Aos 39 minutos, o
jogador que chegou a ser dúvida para disputar a Copa do Mundo recebeu
contra-ataque e finalizou com força na grande área para garantir três
pontos e a sobrevivência uruguaia no Mundial. Azar dos seus colegas do
Liverpool que, neste Mundial, estão do outro lado. E quase eliminados.
Bruno Ceccon, Luiz Ricardo Fini e William Correia São Paulo (SP) - GAZETA ESPORTIVA.
Nenhum comentário:
Postar um comentário