Aos 35 minutos do segundo tempo, o zagueiro Godín marcou o gol da classificação do Uruguai às oitavas -AFP.
O torcedor
do Uruguai está acostumado a sofrer, e a história de sua seleção na
Copa do Mundo não poderia ser diferente. Nesta terça-feira, na Arena das
Dunas, em Natal, a Celeste Olímpica precisava da vitória para evitar a
eliminação na primeira fase e conseguiu o resultado heroico apenas no
final do segundo tempo.
Depois de muita pressão, o zagueiro Godín se
aventurou ao ataque em cobrança de escanteio, subiu mais alto do que a
marcação e desviou de cabeça para garantir a vitória por 1 a 0 e a vaga
nas oitavas.
Com a vantagem
de jogar pelo empate por causa do saldo de gols, a Itália, mesmo com um
homem a menos desde o início do segundo tempo, tentou segurar o
resultado, mas foi castigada aos 35 minutos do segundo tempo.
Depois de
salvar sua equipe com ótimas defesas, Buffon não foi capaz de evitar o
gol de cabeça. Nas oitavas de final, o Uruguai terá a Colômbia pela
frente. O compromisso sul-americano está marcado para sábado, às 17
horas (de Brasília), no Maracanã.
No outro
confronto do ‘grupo de morte’, a Costa Rica, que surpreendeu Itália e
Uruguai nas primeiras rodadas, segurou o empate sem gols
com a Inglaterra e confirmou a classificação às oitavas de final na
primeira colocação. O time tricolor enfrentará o segundo colocado do
Grupo C, a Grécia, que eliminou a Costa do Marfim na última rodada da
chave.
O jogo -
A tensão envolvendo o jogo que decretaria a eliminação precoce do
terceiro campeão mundial nesta Copa do Mundo não demorou a se refletir
dentro de campo. Já nos primeiros lances, Uruguai e Itália se esqueceram
de jogar bola e proporcionaram ríspidas jogadas na Arena das Dunas. Com
sete minutos, cinco faltas já haviam sido marcadas na partida.
Mesmo
com a necessidade de vencer, o Uruguai entrou em campo de forma
defensiva. Preocupada com Mario Balotelli, a Celeste Olímpica colocou
cinco jogadores em sua linha de defesa quando era atacada. Desta forma,
restava à Azzurra apenas uma opção para levar perigo: os chutes de fora da área – que ainda assim não foram bem utilizados pelos italianos.
Responsável
por colocar qualidade na saída de bola de sua equipe, Pirlo pouco
aparecia na frente, mas ainda assim foi o jogador que mais deu trabalho a
Muslera. Aos onze minutos, arriscou direto para o gol em cobrança de
falta e obrigou o goleiro uruguaio a fazer boa defesa. Esta, porém, foi a
única chance efetiva dos italianos ao longo da etapa inicial.
Sumido,
Balotelli não escondeu sua irritação com a escassez de chances para
marcar, cometeu seguidas faltas no ataque, e foi advertido com o cartão
amarelo – que o tirou de uma possível oitavas de final. Do outro lado, o
também perigoso Luis Suárez foi muito mais acionado. ‘Válvula de
escape’ dos uruguaios, o atacante recebia chutões de todos os lados e
tinha que se virar contra os zagueiros.
Quando a bola chegou com
um pouco mais de qualidade, o principal jogador da Celeste ficou muito
perto de inaugurar o marcador. Aos 31, após boa triangulação do ataque,
Lodeiro fez o passe nas costas da zaga, Suárez saiu na cara de Buffon,
mas o goleiro italiano fez grande defesa. No rebote, o agora corintiano
Lodeiro teve sua chance e também parou no experiente arqueiro.
Com
a vantagem do empate para se classificar às oitavas de final, Cesare
Prandelli preferiu deixar sua equipe mais defensiva para a etapa
complementar. O irritado Balotelli, já com cartão amarelo, deu lugar ao
meio-campista Parolo. O Uruguai, por sua vez, não quis se arriscar.
Preocupado com a marcação nas laterais, Tabárez tirou Lodeiro para a
entrada de Maxi Pereira.
Depois de salvar a Itália em outros lances importante, Buffon nada pode fazer no desvio de cabeça de Godín - AFP.
A
postura teoricamente menos ofensiva do Uruguai não impediu com que a
equipe sul-americana chegasse com perigo em jogada bem trabalhada. Aos
12, Cristian Rodríguez escapou de Marchisio com facilidade pelo lado
esquerdo, tabelou com Suarez, ganhou dos zagueiros na velocidade,
invadiu a área, mas pegou mal com a perna esquerda, jogando pela linha
de fundo.
No minuto seguinte, Marchisio, que havia falhado na
marcação, perdeu a cabeça, fez falta muito dura sobre Arévalo Rios no
campo de ataque da Itália e recebeu o cartão vermelho direto.
Imediatamente, Oscar Tabárez abdicou da linha de cinco marcadores na
defesa, sacou o são-paulino Alvaro Pereira e colocou o meia Stuani para
ajudar o ataque celeste.
O cenário dos minutos finais, portanto,
já estava definido. Enquanto o Uruguai partiria para o ataque, a seleção
italiana se limitaria a defender. Aos 19, o maior trunfo da Azzurra
para segurar o empate voltou a aparecer. Cavani tentou arrematar de
fora da área, foi travado, mas a bola sobrou para Suárez. Já
desequilibrado, o atacante tocou de pé direito para o gol e Buffon fez
linda defesa.
A Celeste Olímpica, então, se lançou ao ataque para
evitar a eliminação, e, após muito sofrimento, foi buscar a
classificação com Godín. O zagueiro, que já havia marcado gols decisivos
para o Atlético de Madri nesta temporada, se aventurou ao ataque em
cobrança de escanteio aos 35 minutos do segundo tempo, subiu mais alto
do que a marcação e colocou o Uruguai nas oitavas.
Natal (RN) - GAZETA ESPORTIVA.
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