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domingo, 15 de junho de 2014

Maracanã volta a sediar um jogo da Copa após 64 anos e obra de R$ 1 bi.

Vista área do novo Maracanã, que vai receber também a final do Mundial (Foto: Ricardo Moraes/Reuters).

Argentina e Bósnia-Herzegovina se enfrentam às 19h deste domingo.

Veja como chegar, o histórico de polêmicas da obra e onde comemorar.

O Maracanã era o "maior do mundo" da última vez que recebeu um jogo da Copa do Mundo. Passados 64 anos, o estádio — totalmente reformado — volta a sediar um jogo do Mundial, já sem seu aposto grandiloquente, com a partida entre Argentina e Bósnia neste domingo (15), às 19h. Mas as mudanças vão muito além do apelido.

O silêncio do maracanazzo da final vencida pelos uruguaios em 1950 será substituído pelos gritos dos hermanos, que são esperados em peso – neste sábado já invadiram a orla de Copacabana. Já os folclóricos geraldinos —  coadjuvantes do espetáculo no setor mais barato da arquibancada, hoje extinto — dão lugar a milhares de brasileiros e estrangeiros que pagaram caro para testar, na prática, a eficácia do investimento de R$ 1,049 bilhão para deixar o estádio no tal "padrão Fifa".

O valor, porém, é controverso. Orçado inicialmente em R$ 705 milhões, saltou para R$ 956,8 milhões e acabou superando a marca de R$ 1 bilhão. O Tribunal de Contas da União (TCU), ainda em 2011, apontou irregularidades na contabilidade. A planilha de contas chegou a ser descrita como quase uma "mera peça de ficção".

Entre setembro de 2010 e fevereiro de 2012, cobertura e cadeiras foram retirados. Um ano depois, começou a reinstalação (Foto: Marcos Estrella/TV Globo) 
Entre setembro de 2010 e fevereiro de 2012, cobertura e cadeiras foram retiradas durante as obras(Foto: Marcos Estrella/TV Globo).
 
Em praticamente um mês, colocação de cadeiras e cobertura foi concluída (Foto: Marcos Estrella/TV Globo) 
Em praticamente um mês, colocação de cadeiras e cobertura foi concluída (Foto: Marcos Estrella/TV Globo).
 
Na ocasião, o estádio ainda estava interditado para as intervenções. Foram quase três anos de portas fechadas. Durante este tempo, o estádio Mário Filho resistiu a manifestações populares contra as mudanças estruturais e os gastos, a greves de operários e investigações do Ministério Público sobre a concessão à iniciativa privada. Anos antes, o empreendimento já passara por outras obras, mesmo sem a necessidade de se adequar às ordens da federação máxima do futebol internacional.

A partida
 
Sai Ghiggia, carrasco do Brasil no último jogo de Copa, em 1950, entra Lionel Messi. No reencontro do Maracanã e o Mundial, o craque argentino comanda a equipe, que terá o desfalque de Rodrigo Palacio. O atacante se recupera de uma torção no tornozelo. Do outro lado, Dzeko é a grande aposta do técnico Safet Susic, que está confiante em uma boa campanha na primeira Copa do Mundo do país.

"Estamos jogando contra a Argentina, uma seleção que é a favorita no nosso grupo. É uma grande coisa, como é demais estar na Copa também. Mas isso não vai nos satisfazer, porque queremos passar da primeira fase", disse.

Onde torcer e onde comemorar
 
Quem não conseguiu ingressos para "secar" a Argentina tem no Fifa Fan Fest, em Copacabana, Zona Sul do Rio, a opção de torcer em clima de arquibancada. No primeiro jogo da seleção brasileira, aproximadamente 20 mil pessoas se espremeram diante de um telão.

Antes e depois do jogo, shows mantêm o clima de festa. No domingo, será a vez da bateria da Mangueira e da sambista Beth Carvalho agitarem o público. Veja a programação completa, que começa ao meio-dia de um dia abafado, de acordo com a previsão do tempo. A tarde deve ser parcialmente nublada, com mínima de 18ºC e máxima de 28ºC. Há possibilidade de chuva à noite. 

Além disso, a cidade também oferece um cardápio extenso de opções para os torcedores apreciarem um bom chope. Perto do estádio, a Praça Varnhagen vira reduto de torcedores. Longe dali, na Zona Sul, o Baixo Gávea costuma ficar cheio aos domingos.

mapa, arte, maracanã, como chegar, metrô (Foto: Editoria de Arte/G1)
Locomoção para o estádio.
 
Metrô e trem são os meios de transporte indicados pela Prefeitura para os torcedores que vão acompanhar o jogo no Maracanã. O ingresso do jogo valerá como bilhete para quem embarcar duas horas antes da bola rolar e até duas horas depois dos jogos. A estação mais próxima do estádio, porém, foi finalizada às pressas. Multimodal, servirá tanto para trem quanto para metrô, mas só será inaugurada no dia da partida.

Em três estações de trem, haverá atendimento trilíngue das equipes de "Posso ajudar?" e haverá operação especial para o horário de pico, iniciado 3h antes dos jogos no estádio. A estação ficará aberta das 5h às 23h.

Para evitar aglomeração na estação Maracanã, porém, os torcedores são aconselhados a saltar também nas estações São Francisco Xavier e São Cristóvão, de acordo com o setor de seu ingresso (entenda na imagem ao lado).

A estação Maracanã fica restrita aos torcedores com ingresso amarelo (setor A, B e C). Quem tiver o ingresso verde deve descer em São Cristóvão e caminhar cerca de 7 minutos. Por fim, os de bilhete vermelho devem descer na São Francisco Xavier.

Interdições e proibição de bebida alcoólica.
 
Vias movimentadas da Zona Norte do Rio serão fechadas nos dias de jogo no Maracanã durante a Copa do Mundo (veja no mapa abaixo). Dentre as interdições, as avenidas Maracanã e Radial Oeste, a Rua Professor Eurico Rabelo e até o Viaduto Oduvaldo Cozzi — que servirá de caminho, a pé, para quem descer na Estação São Cristóvão rumo ao estádio.

Sócio de bar entrou na Justiça contra proibição (Foto: Gabriel Barreira/G1) 
Sócio de bar entrou na Justiça contra proibição
(Foto: Gabriel Barreira/G1).
 
As primeiras mudanças começam a valer 6 horas antes do início das partidas, como, por exemplo o fechamento da Rua Visconde de Itamarati e da Isidro de Figueiredo. Quatro horas antes de a bola rolar, serão interditadas também a Rua Mata Machado, a Radialista Waldir Amaral, entre outras.

Já a venda de cerveja, que será permitida dentro do estádio durante a competição, não vale fora dele. Um decreto municipal, assinado pelo prefeito Eduardo Paes em 2009, proíbe a venda e consumo de bebida alcoólica num raio de um quilômetro entorno do estádio. A restrição revolta comerciantes, que já tentaram reaver o direito de venda na Justiça em vão. "Essa 'Lei Seca' já prejudica a gente desde 2009 e vai piorar muito agora na Copa", lamenta Severino Batista, dono do Clássico do Maraca.

Gabriel Barreira Do G1 Rio.

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