...mas James Rodríguez, camisa 10 colombiano, fez a diferença e desequilibrou para sua seleção -
Fernando Dantas/Gazeta Press.
Fernando Dantas/Gazeta Press.
Sem
Luis Suárez, suspenso de nove jogos pela mordida no italiano Giorgio
Chiellini, o Uruguai foi um adversário dócil para a Colômbia, no fim da
tarde deste sábado, no Maracanã. Perdeu por 2 a 0, com dois belos gols
de James Rodríguez (agora artilheiro da Copa do Mundo
com cinco), e se tornou a quarta das oito seleções campeãs a ser
eliminada de forma precoce do torneio, juntando-se a Espanha, Itália e
Inglaterra. Já os colombianos avançam para enfrentar o Brasil, nas
quartas de final.
De volta ao palco em que ganharam o título de 1950 (seu segundo e último até aqui), sobre o anfitrião Brasil,
os uruguaios não repetiram o feito exitoso de seis décadas atrás,
historicamente conhecido como Maracanaço. Pelo contrário: foram
surpreendidos por uma seleção que passa das oitavas de final pela
primeira vez na competição. E que tentará mais um passo diante
justamente dos anfitriões, os quais, mais cedo, passaram nos pênaltis
pelo Chile.
O
novo duelo sul-americano ocorrerá em Fortaleza, às 17 horas (de
Brasília) de sexta-feira, quando o técnico José Pekerman buscará pôr em
prática de novo o que se viu neste sábado. Como ele havia prometido na
véspera, a Colômbia foi um time maduro, que impôs seu estilo de jogo e
abriu o placar, o que lhe possibilitou deter a bola em seu campo de
defesa por bastante tempo, com direito a gritos de "olé", ainda na
primeira etapa.
Uruguai e Colômbia prometiam um duelo sul-americano de muito equilíbrio no Maracanã...
- Fernando Dantas/Gazeta Press
Até
lá, porém, precisou não se acovardou diante das entradas duras nos
primeiros lances, a maioria delas praticada por Álvaro Pereira. O
lateral esquerdo uruguaio definiu o meia Juan Cuadrado como seu alvo e
lhe deu um tranco pelas costas com um minuto de bola rolando. Na jogada
seguinte, acertou a panturrilha direita do colombiano, e o árbitro
assinalou falta sem cartão amarelo.
A escolha de Álvaro
Pereira não era em vão. Cuadrado seria o jogador mais perigoso da
Colômbia até o intervalo. E, pela marcação agressiva que recebia, foi
orientado por Pekerman, depois dos 20 minutos, para jogar
mais pelo lado oposto do campo. Antes disso, conseguiu passar pelo
marcador mais uma vez com facilidade antes de cruzar à meia altura e ver
a defesa rival afastar da área.
Enquanto tinha
ajuda dos zagueiros, o goleiro uruguaio Fernando Muslera se saía bem.
Mas bateu um arremate de longa distância de Zuniga para que ele soltasse
a bola dentro da área e fosse obrigado a fazer a defesa em dois tempos.
Um rebote não aproveitado, mas que passou confiança aos colombianos para arriscar em direção à meta adversária, qualquer que fosse a distância.
Foi
o que fez James Rodríguez aos 27 minutos. Após receber lançamento
próximo da meia-lua, ele ajeitou a bola no peito, de costas para o gol, e
bateu de primeira, de perna esquerda. A bola passou pela mão direita de
Muslera e tocou o travessão antes de se concluir um dos gols mais
bonitos do Mundial. O quinto gol do camisa 10 colombiano em quatro
partidas disputadas.
O Uruguai tentou responder três minutos
depois, em um cruzamento de Edinson Cavani que foi afastado pelos
zagueiros. Até então, a única finalização que havia merecido atenção foi
um chute de longa distância de Diego Forlán, longe das traves de David
Ospina. Desfalcados de Suárez, os bicampeões mundiais estavam sem
apetite e só mostravam raiva para polêmicas. Como a que protagonizou
Forlán, aos 37, depois de uma dividida com Mario Yepes dentro da área.
Ele revidou o tranco, e os dois acabaram repreendidos.
Na
jogada seguinte à confusão, após cobrança de escanteio, Cavani tentou
desviar de cabeça um chute cruzado de Álvaro González, da entrada da
área, mas Ospina fez a defesa e contou com ajuda ainda de marcação de
impedimento. O goleiro também foi ajudado pelos próprios uruguaios, que o
deixavam prender a bola nos pés para ganhar tempo. Após muita cera,
Cavani o apertou e cobrou Forlán por não tê-lo feito.
A maior
posse de bola na primeira etapa (63% contra 37%) seria igualmente
premiada no retorno do intervalo. Aos quatro minutos, a Colômbia pôs o
Uruguai na roda, com uma bela troca de passes iniciada por James
Rodríguez, na meia direita. Ele tocou na esquerda e correu para o meio
da área, onde receberia novamente – em cabeceio do talentoso e tão
importante quanto Cuadrado – para chutar de primeira e ampliar a
vantagem no Maracanã.
Ferido, o técnico Óscar Tábarez tentou
encontrar antídotos no banco de reservas e fez logo duas alterações:
Christian Stuani entrou no lugar de Forlan, e Gastón Ramírez substituiu
Álvaro Pereira. O Uruguai, contudo, não deu mais sinais vitais dentro de
campo, morrendo na praia no Rio de Janeiro, onde já fez festa em um
passado remoto.
Tossiro Neto, enviado especial Rio de Janeiro (RJ)-GAZETA ESPORTIVA.
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