Oportunista, Juan Quintero saiu do banco de reservas para anotar o segundo gol colombiano em Brasília.
Parecia que já era o dia do jogo da Seleção Brasileira no Mané
Garrincha, estádio do confronto com Camarões na segunda-feira.
Com as
arquibancadas inteiramente coloridas pelo amarelo das camisas de sua
seleção, a Colômbia fez 2 a 1 sobre outro adversário africano, a Costa
do Marfim, isolou-se na liderança do grupo C da Copa do Mundo e garantiu
a vaga nas oitavas de final.
Para chegar ao resultado positivo contra o adversário de chave teoricamente mais complicado, a Colômbia contou com apoio
do seu público canarinho durante toda a partida. Marcou os gols com
James Rodríguez, de cabeça, e Juan Quintero no segundo tempo. Gervinho
descontou para a Costa do Marfim quando o preservado Didier Drogba já
havia entrado em campo.
Já classificada, a Colômbia ficou
com 6 pontos ganhos, isolada na liderança do grupo graças também à
vitória por 3 a 0 sobre a Grécia na estreia. A Costa do Marfim, que fez 2
a 1 em cima do Japão na primeira rodada, tem 3. Às 13 horas (de
Brasília) de terça-feira, os colombianos enfrentarão os japoneses na
Arena Pantanal, enquanto os gregos e os marfinenses duelarão no
Castelão.
Responsável por armar as jogadas, Rodríguez mostrou versatilidade ao marcar um gol de centroavante - AFP.
O jogo – Somente
as lágrimas de Serey Die ao escutar o hino nacional da Costa do Marfim
interromperam a hostilidade à seleção africana no Mané Garricha. Os
milhares de colombianos nas arquibancadas esqueceram momentaneamente a
partida para aplaudir a emoção do adversário em representar o seu país
na Copa do Mundo do Brasil.
Pouco depois, no entanto, tudo voltou
ao que era. A Colômbia se lançou ao ataque já nos primeiros minutos,
impulsionada pela empolgação de sua torcida. O principal trunfo do time
de José Pékerman era o atacante Cuadrado, que corria o campo inteiro e
mostrava habilidade aos africanos. Logo em sua participação inicial no
jogo, ele incomodou a defesa rival com uma boa arrancada pelo lado
direito do campo.
Para responder a Cuadrado, a Costa do Marfim contava com Gervinho. O atacante da Roma era o mais disposto dos homens
de frente do time vestido de verde, geralmente utilizando a mesma faixa
do gramado onde atuava Cuadrado. Faltava entrar em sintonia com os seus
companheiros.
As propostas ofensivas da Colômbia de
Cuadrado e da Costa do Marfim de Gervinho deixaram o jogo aberto, sem
tantos prognósticos. Como o time africano tinha uma marcação confusa, os
sul-americanos se tornaram mais presentes no setor ofensivo. Com
direito a uma tentativa de Zúñiga de aplicar um drible de letra entre as
pernas de Gervinho, que viu a bola sair pela linha de fundo.
Aos poucos, a Colômbia criou melhores oportunidades.
Aos 16 minutos, Cuadrado se viu livre pela direita e cruzou na área.
Zokora apareceu para cortar perigosamente por cima das traves. Aos 28, o
gol só não saiu porque Gutiérrez não teve pontaria. Rodríguez recebeu
bom lançamento na esquerda e, pressionado por dois defensores, cruzou na
área. Sozinho, o atacante pegou mal na bola e desperdiçou.
Do
lado da Costa do Marfim, os chutes de longa distância também passaram
longe da meta no final do primeiro tempo da partida, que perdeu
intensidade e ficou monótona. Tioté, por exemplo, divertiu-se com um
sorriso apenas quando tropeçou e caiu no gramado, enquanto a torcida
colombiana se contentou em comemorar os desarmes feitos por seus
zagueiros.
Na etapa complementar, com as seleções descansadas e
instruídas, o jogo voltou a ser movimentado. O que não satisfez José
Pékerman. O técnico argentino da Colômbia aguardou só oito minutos para
mexer no ataque de sua equipe, com Quintero na vaga de Ibarbo. A
alteração levantou o público presente no Mané Garrincha.
Os
brasileiros que estavam no estádio, contudo, queriam mais. Passaram a
gritar o nome de Drogba, astro marfinense que continuava no banco de
reservas. Mexer parecia mesmo necessário. Aos 14 minutos, a Colômbia
criou a sua melhor oportunidade quando Cuadrado gingou na frente da
marcação e bateu cruzado. A bola desviou no goleiro Boubacar e acerou a
trave.
O técnico Sabri Lamouchi mandou Drogba a campo logo em
seguida, no lugar de Wilfried. E o atacante nem teve tempo de se aquecer
direito antes de lamentar o gol colombiano. Aos 18 minutos, Cuadrado
levantou a bola da esquerda para a área, e James Rodríguez cabeceou com
precisão para estufar a rede do Mané Garrincha.
O gol animou ainda
mais a Colômbia, que ampliou sete minutos depois. Aproveitando um
vacilo de Die, os sul-americanos avançaram em contra-ataque com
Rodríguez, que fez ótima assistência para Quintero completar na saída do
goleiro Boubacar e consagrar a substituição de Pékerman. Do outro lado,
um abatido Lamouchi apostou na troca de Die por Bolly.
A Costa do
Marfim, mudada, ainda conseguiu descontar. Aos 27 minutos, Gervinho
carregou a bola com força pela esquerda, superou dois defensores, deixou
Sánchez sentado e concluiu para a rede. O gol deixou o jogo aberto nos
minutos finais, mas não o suficiente para conter a festa canarinha que
milhares de colombianos faziam na arena da partida entre Brasil e
Camarões.
Helder Júnior, enviado especial Brasília (DF) - GAZETA ESPORTIVA.
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