Varela venceu Howard no último lance da partida, impedindo a classificação antecipada dos EUA - AFP.
A seleção portuguesa só não foi eliminada matematicamente da Copa do Mundo
porque arrancou um empate por 2 a 2 com os Estados Unidos aos 49
minutos do segundo tempo, em Manaus. É muito delicada, porém, a situação
da seleção do melhor jogador do planeta na última temporada.
O
resultado – obtido com cruzamento de Cristiano Ronaldo e cabeceio de
Varela – deixou a formação rubro-verde com um ponto, mesmo número de
Gana, seu rival na última rodada do Grupo A. Alemanha e Estados Unidos, com quatro, dividem a primeira posição.
Para
sobreviver, o time dirigido por Paulo Bento precisa ganhar, torcer por
uma derrota norte-americana para os alemães e tirar uma diferença de
cinco gols no saldo. Em caso de triunfo dos Estados Unidos, seria
necessário ultrapassar a Alemanha no saldo – algo irreal, pois a
diferença hoje é de oito tentos.
Na prática, a esperança de
Ronaldo é uma nova goleada dos alemães, que fizeram 4 a 0 em seu time na
estreia. O atacante teve mais uma atuação relativamente discreta – sem
grande ajuda de uma equipe fraca, é verdade –, mas participou do lance
que manteve alguma esperança.
Os portugueses ganharam um gol de
presente logo no início, em falha do beque Cameron aproveitada por Nani,
mas erraram seguidamente pelo lado esquerdo da defesa, onde os Estados
Unidos buscaram a virada. Praticamente no último lance, chegou o empate
definitivo.
Falha de Cameron põe Portugal na frente
A
partida ainda era fria na quente Manaus, aos quatro minutos, quando
Miguel Veloso fez um mau cruzamento da esquerda, por baixo. Cameron
falhou fio na tentativa de cortar e viu Nani dominar na cara de Howard,
que facilitou a vida do português caindo bem antes do chute. A bola
entrou no alto.
Atrás, os Estados Unidos não tiveram opção a
não ser buscar um pouco mais o ataque. Com a lesão de Altidore, era o
meia Dempsey que fazia a função de centroavante. Se não tinha presença
de área, tinha técnica para levar perigo, como fez ao receber lançamento
de Bradley e girar batendo, com pouco ângulo. Beto defendeu.
Aos
15 minutos, logo após agressão de Beckerman em Raul Meireles ignorada
pelo árbitro, Paulo Bento se viu obrigado a repetir substituição feita
na estreia, trocando o contundido Hélder Postiga por Eder. E os
norte-americanos, com dificuldade para entrar na área, começaram a
apostar em chutes de fora, sem sucesso.
Embora houvesse equilíbrio
na posse de bola e Cristiano Ronaldo atuasse mais livre, sem ficar
preso à ponta esquerda, os portugueses pouco fizeram até uma estranha
parada determinada pelo árbitro já aos 39. Nos minutos derradeiros do
primeiro tempo, no entanto, a formação europeia esteve mais perto do
segundo gol.
Em uma das jogadas perigosas, Ronaldo partiu em velocidade
pela esquerda e virou para Nani fazer Howard trabalhar. Pouco depois,
Howard se atrapalhou em chute de fora de Nani e espalmou a bola na
trave. Beto pegou estranho na bola no rebote, e Howard se recuperou com
uma defesa com a ponta do dedo.
Norte-americanos viram pela direita e vacilam pelo alto
Portugal voltou do intervalo com o volante William no lugar do lateral esquerdo André Almeida. Era uma preocupação defensiva que levou Miguel Veloso à lateral, porém a alteração não deu o resultado esperado. Foi por ali que os Estados Unidos atacaram com frequência, construindo lances perigosos.
A primeira boa jogada da etapa final foi
rubro-verde, em voleio de Eder após nova falha de Cameron, mas os
norte-americanos ganharam terreno.
Aos nove minutos, Zusi achou Johnson nas costas da marcação, pela
direita, e o lateral avançou até a saída de Beto. Bradley recebeu sem
goleiro, na pequena área, e bateu de primeira. Ricardo Costa se esticou,
rebateu e evitou o gol quase certo.
Com a equipe dirigida
por Jurgen Klinsmann no ataque, apareceu o espaço para os contragolpes.
Ronaldo avançou no mano a mano após bom passe do ruim Eder e pegou muito
mal na bola. Dois minutos depois, aos 18, Jones pegou rebote de
escanteio – da direita, onde surgiam as principais jogadas – após mau
cabeceio de Nani. Bateu de fora da área e acertou o cantinho esquerdo de
Beto.
Meireles
apareceu na área para conclusão perigosa pouco depois, parando em
Howard, e foi substituído por Varela na sequência. Klinsmann apostou em
Yedlin, sacando Bedoya. E os norte-americanos foram mais felizes na
busca pelo gol da vitória – que seria o da classificação, não fosse o
vacilo no finalzinho.
Aos 35 minutos, em mais uma jogada pela
direita, a bola chegou à área e sobrou para Yusi, que bateu para a
pequena área. Dempsey completou para a rede de barriga. A equipe de
branco protegeu a vantagem sem grandes sustos até os 49, quando
Cristiano Ronaldo cruzou da direita, e Varela apareceu nas costas da
zaga para marcar de cabeça.
GAZETA ESPORTIVA - Manaus (AM).
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