Atual campeã, Espanha se despede da Copa do Mundo com apenas uma vitória conquistada - AFP.
Coube a Curitiba, no fechamento do Grupo B da primeira fase da Copa do Mundo
2014, servir de palco para a Espanha, atual campeão do mundo, dar com
um time misto o seu adeus, não só ao Mundial, mas a uma geração que
venceu quase tudo na última década e revolucionou a maneira de jogar
futebol. A vitória por 3 a 0 sobre a Austrália impediu a pior campanha
de uma seleção campeã na história e, no belo do gol de Villa, deixou um
gostinho do que poderia ter sido, mas, não foi.
A morte
de duas seleções abraçadas em campo, no entanto, não refletiu no clima
dos torcedores, especialmente os australianos. Ninguém em volta do
estádio antes da bola rolar ou durante a partida estava preparado para
um velório, mas sim uma celebração. Ali, ninguém veio fechar a tampa do
caixão de das seleções que, é bem verdade, tinham objetivos bem
diferentes nesse Mundial. Para o torcedor, era tempo de abrir os braços
para confraternizar e festejar.
E disso, os australianos
mostraram que sabem muito bem, emendando uma noite com muita cerveja e
alegria pela noite curitibana. Na esplanada em frente á Arena, muito
canto e até samba, sempre muito receptivos aos brasileiros.
Entre os espanhóis, a decepção com a campanha da Roja não era
esquecida, mas estar em uma Copa do Mundo, para muito em seu último dia
no país, já era motivo para deixar de lado a tristeza e comemorar.
Aos
gritos de ‘Ole, ole, ole ole, Aussie, Aussie’ os times entraram em
campo para escrever seu último capítulo na competição.
Logo após o
apito inicial, ficou claro o panorama da partida, com a Espanha tocando
bola em seu estilo tiki-taka e a Austrália marcando pressão, tentando se
superar na base da força e da vontade. Aos quatro minutos, Taggart foi
lançado, mas Reina protegeu bem a saída.
Embora pudessem valer
para os dois lados, os gritos de ‘Eliminados’ que ecoavam no estádio
eram direcionados para a Roja, que tinha muita dificuldade de sair para o
jogo. Enquanto isso, os australianos tinham sua própria versão do
tiki-taka e rodavam a bola, esperando por um espaço.
Aos 16 minutos,
Iniesta tentou resolver sozinho, as foi travado antes de chegar à área.
Chute
a gol mesmo apenas aos 19 minutos, com Jordi Alba, que entrou pela
esquerda e fuzilou para boa defesa de Ryan. Na sequência, a zaga afastou
o perigo. A Roja estava mais solta, mas finalizava pouco. Aos 28
minutos, Villa pedalou, levou para o fundo e cruzou na pequena área para
ninguém aproveitar.
Até
que, aos 35 minutos, Juanfran recebeu lançamento açucarado e cruzou
para David Villa, de letra, tocar para o fundo das redes e mostrar
porque não poderia ser reserva, recebendo o abraço de todo o time na
comemoração enquanto beijava o escudo espanhol. É um dos que se despedem
da camisa da Fúria. Aos 42 minutos, Villa serviu Carzola, que toucou na
saída do goleiro, mas não contava com a recuperação da defesa.
Para
a segunda etapa, a Austrália voltou com Halloran no lugar de Taggart.
Buscando seu primeiro ponto na competição, o time da Oceania retornou
com mais vontade. Porém, o primeiro chute veio aos oito minutos, com
Iniesta, pela linha de fundo. Aos 11 minutos, Mata entrou em campo para a
saída de David Villa, que deixou o gramado emocionado, reverenciado
pelos colegas e entrou para a história como o maior artilheiro da
seleção espanhol em todos os tempos.
Esforçados, os australianos
voltaram a apertar a marcação e tocavam, sem, no entanto, conseguirem
penetrar na defesa. Aos 20 minutos, McKay cruzou e Reina deixou a meta
para segurar. Até que, aos 23 minutos, Fernando Torres entrou na área e
tocou na saída do goleiro para marcar. Mais abraços em uma tentativa de
mostrar a união do grupo, abalada por problemas internos.
Iniesta,
que completou 100 jogos pela Roja, assim como nas duas primeiras
partidas destoava dos colegas, sempre mostrando categoria para tentar
resolver, sem apatia, em mais um resquício da Espanha que todos
esperavam ver. Nas arquibancadas, o canto provocativo de “Tá chagando a
hora” era reflexo de um misto de decepção e falta de simpatia por uma
seleção que não quis entrar no clima de Copa e, em alguns momentos se
deixou levar pela soberba. Aos 35 minutos, foi a vez de Mata recebe e
tocar por baixo do goleiro para fazer o terceiro e fechar o pesadelo
espanhol no Brasil.
Do correspondente Luiz Felipe Fagundes Curitiba (PR) - GAZETA ESPORTIVA.
Espanha desembarca em Madri após passar por ‘susto’ em avião.
Como se não bastasse a desastrosa passagem pelo Brasil durante a Copa do Mundo
de 2014, a seleção espanhola não teve paz nem mesmo na volta para casa.
Logo após a vitória por 3 a 0 sobre a Austrália, na melancólica
despedida do time da competição, a delegação embarcou em direção a
Madri, capital da Espanha.
Durante o voo, o avião no qual os espanhóis estavam foi atingido por um raio, assustando toda a delegação da equipe.
O fato curioso aconteceu já durante a aterrissagem no aeroporto
Madrid-Barajas. Não houve, no entanto, nenhum problema maior provocado
pelo fenômeno natural.
Já em solo espanhol, os jogadores
deixaram o aeroporto ainda na pista de pouso por meio de vans,
driblando qualquer contato com os veículos de imprensa locais, que
aguardavam a chegada da delegação.
Goleada pela Holanda
por um surpreendente 5 a 1 e derrotada pelo Chile por 2 a 0, a Espanha,
atual campeã, foi eliminada da Copa do Mundo logo na segunda rodada. Ao
lado da Austrália, companheira de grupo, foi a primeira das 32 seleções a
perder todas as chances de classificação, dando adeus ao torneio
precocemente.
Madri (Espanha) - GAZETA ESPORTIVA.
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