Responsável por puxar os contragolpes, Robben foi a principal arma holandesa no segundo tempo - Djalma Vassão/Gazeta Press.
O Chile viu sua torcida
dominar o estádio de Itaquera e se sentiu tão em casa na arena do
Corinthians que foi ao ataque cheio de ansiedade. A Holanda, que só
precisava do empate nesta segunda-feira, se aproveitou disso: venceu por
2 a 0 e vai às oitavas de final da Copa do Mundo na liderança do grupo
B, com 100% de aproveitamento.
O time
que estreou impondo 5 a 1 sobre a Espanha soube segurar o ímpeto
chileno. O técnico Louis Van Gaal teve sucesso em suas substituições, já
que Depay, que saiu do banco, gerou o escanteio que Fer, outro que era
reserva, transformou em gol ao subir sozinho na grande área aos 31
minutos do segundo tempo. Nos acréscimos, Robben ainda cruzou para Depay
fechar o placar.
Após a definição do grupo A, o time laranja já sabe que volta a entrar em campo em jogo
único das oitavas de final às 13 horas de domingo, em Fortaleza, diante
do México. O Chile, segundo colocado de seu grupo com seis pontos, atua
no sábado, também às 13 horas, no Mineirão, contra o Brasil, que
garantiu a liderança de sua chave.
Apostando na postura defensiva, a Holanda conteve o Chile e aproveitou contra-ataques para vencer o jogo - Marcelo Ferrelli/Gazeta Press.
O jogo – A
vantagem de garantir a liderança mesmo empatando, já que começou a
partida com saldo de gols superior, deu à Holanda a oportunidade de
iniciar o duelo com a estratégia que gosta: preencheu seu campo,
inclusive transformando o atacante Kuyt em meio-campista para marcar
Isla, e ficar à espera de um contra-ataque.
Na frente,
contudo, não estava Van Persie, artilheiro e capitão que cumpre
suspensão por ter recebido dois amarelos. Lens, seu substituto, não tem a
mesma qualidade para se posicionar e Robben, única opção, era marcado
com mais facilidade. Quando a Holanda tinha a bola, Sneijder ficava
rodando com ela sem encontrar o espaço que precisava para lançar.
O
Chile, necessitando da vitória e destacada por sua marcação sob
pressão, entrou em campo pronto para se impor na frente sem correr
riscos. Os três zagueiros e seus quatro meio-campistas ficavam atrás da
linha da bola, perseguindo quem passasse e pronto para parar mesmo com
faltas qualquer holandês que tentasse se aproximar do goleiro Bravo.
À
medida que trocava passes, o Chile foi percebendo que poderia soltar
mais Aránguiz e Díaz e Isla abriu espaço no ataque ao virar lateral,
trazendo Kuyt e fazendo o time de Jorge Sampaoli atuar no 4-4-2. Os
holandeses demoraram a se adaptar e largaram Mena, que, logo aos 12
minutos, aproveitou o espaço para cruzar e Vargas cabecear com perigo.
Sánchez centralizou as ações ofensivas do Chile, mas não teve espaço para criar muitas oportunidades - Marcelo Ferrelli/Gazeta Press.
Os
defensores holandeses se preocupavam mais com Sánchez e Vargas e se
esqueceram de quem vem de trás. Assim, Aránguiz levou perigo, aos 14, e
Gutierrez recebeu cobrança rasteira de escanteio, completamente livre na
marca do pênalti, para finalizar acima do travessão, aos 22.O time
europeu, então, resolveu acordar. Kuyt virou efetivamente atacante e, ao
lado de Robben e Lens, passou a jogar em cima dos três zagueiros
chilenos, abrindo espaço para jogar também, em vez de só esperar.
Sem
condições de acompanhar os rivais, a equipe sul-americana cometia
faltas e, em uma delas, Robben cruzou para De Vrij cabecear perto da
trave, aos 34. O jogo ficou melhor para o time laranja, que teve nova
chance em uma de suas principais jogadas quando Robben partiu do campo
de defesa, aos 39 minutos, e escapou da falta de Jara para arrancar
passando por quem viu pela frente até finalizar à esquerda do gol.
A
nova marcação holandesa isolou Vargas e Sánchez e só dava liberdade a
Mena, que se atrapalhava sozinho com a bola. Mesmo assim, o Chile teve
excelente oportunidade de abrir o placar antes do intervalo quando
Gutiérrez, sozinho, cabeceou por cima do travessão, aos 43 minutos.
Como
desperdiçou duas grandes chances e não teve a movimentação necessária,
Gutiérrez foi trocado por Beausejour para o segundo tempo. Mas o sistema
tático não mudou, e a Holanda saiu dos vestiários disposta a marcar e
encaixar sua disposição para forçar a saída de bola rival. Conseguiu
gerar diversos espaços errados e proteger seu goleiro, dominando
totalmente o meio-campo.
O
Chile, então, resolveu atacar na marra, apostando, principalmente, nas
jogadas individuais. Uma delas ocorreu aos 19, quando Sánchez colocou a
bola entre as pernas de Lens na grande área e finalizou em cima do
goleiro Cillessen. A medida, porém, dava espaços e Robben quase
aproveitou ao dar arrancada e bater com perigo, aos 21.
Para
o Chile, no entanto, era tudo ou nada. Enquanto o holandês Van Gaal
manteve sua estratégia ao só trocar Lens pelo descansado Depay, Sampaoli
atendeu à torcida e, aos 24 minutos, colocou Valdivia. Abriu mão do
zagueiro Silva para jogar no 4-4-2 e, com a dinâmica de Beausejour e a
qualidade do passe de Valdivia para tornar a mobilidade de Sánchez e
Vargas mais útil.
Van Gaal, com o empate a favor, até abriu
mão de Sneijder para preencher o meio-campo com Fer.
Seus atletas
souberam aproveitar o avanço desesperado chileno e as duas substituições
do técnico deram resultado. Aos 30, Depay forçou Bravo a fazer grande
defesa. Na cobrança do escanteio, Fer subiu sozinho para colocar a bola
nas redes.
Na ânsia de buscar a virada, Sampaoli sacou Vargas para
apostar na altura de Pinilla, mas de nada adiantou. A Holanda entrou em
campo com o resultado que precisava e soube aproveitar a ânsia chilena.
O característico contra-ataque laranja ainda apareceu nos acréscimos,
quando Robben cruzou para Depay fechar o placar.
Bruno Ceccon, Luiz Ricardo Fini e William Correia São Paulo (SP) - GAZETA ESPORTIVA.
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