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sexta-feira, 11 de março de 2011

Câmara de Moreno vira alvo de investigação da polícia

Reprodução TV Globo
Foto: Reprodução TV Globo

Porteiro de escola denuncia que seu nome era usado como funcionário fantasma para receber um salário de R$ 3,5 mil

A Câmara de Vereadores de Moreno, na Região Metropolitana, se tornou alvo de uma investigação da polícia após denúncias de pagamento a funcionário fantasma. O porteiro de uma escola pública só descobriu que estava na lista de pagamento porque teve um benefício da família cortado pelo INSS.

Adriano André Rodrigues (foto 1), de 35 anos, mora numa casa simples em Bonança, distrito de Moreno. Ele tem só uma filha, Adriele, com problemas cardíacos desde que nasceu. A menina já fez cirurgia no Recife, mas precisa de cuidados constantes.

O laudo médico encaminhou Adriele para perícia no INSS, que deu parecer favorável à concessão de um auxílio para tratamento da doença. Tudo certo e documentado, sendo que o dinheiro não saiu.

O INSS alegou que Adriano não poderia ser incluído no benefício porque possui um vínculo empregatício com a Câmara de Vereadores de Moreno com um salário de R$ 3,5 mil. Desesperado, ele mostra o contracheque do único salário que recebe, como porteiro desta escola municipal, com um valor de R$ 510 reais.

Ele prestou queixa junto à Delegacia de Moreno e também na Delegacia de Crimes Contra a Administração e Serviços Públicos. "Nunca trabalhei na Câmara. Nunca. De maneira nenhuma. Nem fiz nenhum tipo de serviço. Meu trabalho é na escola Gerson Carneiro da Silva, onde eu sou serviços gerais", explicou o porteiro.

A equipe da Globo Nordeste procurou a Câmara, mas de acordo com os vereadores, nunca houve nem há na folha de funcionários ninguém com o nome de Adriano André Rodrigues. Portanto, não poderia haver nem vínculo nem pagamento de qualquer espécie.


Reprodução TV Globo
Foto: Reprodução TV Globo

O presidente da Câmara, Pedro Mesquita (foto 2), explicou que são 45 funcionários, com salários entre R$ 750 e R$ 2,5 mil. Ele disse ainda que nem conhece Adriano e que mandou um ofício à gerência do inss pedindo esclarecimento sobre a informação que foi divulgada.

"Quem tem que passar informação e quem transmitiu isso para o INSS é quem a gente tem que descobrir. E não quem recebeu, porque ninguém recebeu esse dinheiro aqui. Porque da folha da Câmara não saiu esse dinheiro", disse Pedro Mesquita.

De acordo com a delegada Cláudia de Freitas, a polícia tem 30 dias para investigar o caso. “O prazo legal é de 30 dias, mas isso, se não for possível podemos solicitar a ampliação do prazo e normalmente nós conseguimos.”

Por meio de uma nota, o INSS informou que está apurando o caso para poder se pronunciar.


Da Redação do pe360graus.com

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